O inevitável ... numa de retrospectiva
Umas e Outras .... E o PDA ...Versus Revisão Constitucional (2002)
Razões do texto, prendem-se sem dúvida e, ainda à afronta do PSD (P) quanto à exclusão de um representante social democrata na lista para o Parlamento Europeu cujo "plebiscito", terá lugar por cá, no próximo dia 26 de Maio (dia maior para os açorianos e em particular para os açorianos micaelenses) as Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres.
"Xingar" em Rui Rio, (presidente do PSD), em Fernando Negrão líder parlamentar do mesmo partido) ou Paulo Rangel (cabeça de lista às eleições para o PE) seus compinchas e companheiros, não o faremos, porque como pessoas educadas, não nos ficaria bem ofender, ou insultar conforme o significado da palavra. Esquecer, perdoar? Isso não...para bom entendedor "há mar e mar... há ir e voltar" visando outro sentido, um outro meio, vasto e desconhecido, e também perigoso, onde é preciso ter cautela.
Ressabiados de prepotência por parte dos poderes institucionais em Portugal, o chamado de Estado e suas componentes, muitas surpresas temos tido por parte de quem nos olha com a superioridade do "continental" do senhorio feudal de ontem e do colonizador hoje.
Quanta falta nos faz o conhecimento da nossa História, da História dos Açores cantada pelos nossos poetas e escrita pelos nossos escritores (explicitando ambos os sexos).
No tempo e, ainda mais recente, assistimos a afirmações e a acções vindas do poder central e dos seus "maiores" a que não nos calamos e, aqui nestas páginas, repudiamos frontalmente na defesa da honra do povo que amamos, e queremos no respeito pela Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, ser o "dono dos seus destinos".
Entretanto, dói no nosso íntimo, reconhecer que a muitos dos açorianos que passaram pela via política açoriana, se deve o ostracismo da luta da "Livre Administração dos Açores pelos Açorianos" o reconhecimento da divisa que realçada no brasão de armas da Região, de "Antes morrer livres que em paz sujeitos".
Após o 25 de Abril já presenciamos vários "baptizados e crismas" do regime autonómico dos Açores já foi "tranquila", "progressiva" e mais recentemente de "inactiva" tirando uma ou outra situação pontual que, num rasgo de arrependimento por omissão, surge uma ou outra contestação aos DDT.
Portugal nunca teve um ideário político da Autonomia Açoriana, no seu quadro partidário (partidos constitucionais portugueses). Desde os representados na Assembleia Constituinte 1976, até à Legislatura actual, a XIII. Referindo Portugal, naturalmente o fazemos ao Estado Português independentemente das cores que do mesmo fazem parte. Fossem, ou sejam eles laranja, rosa, azuis, vermelhos, verdes ou cor de burro quando foge.
Dos Presidentes da República e já lá vão "sete magníficos" os três primeiros pouco mexeram com as nossas "miudezas" já os outros quatro não estiveram tão sossegados.
Mário Soares ainda não presidente, tentou dividir para reinar em relação aos Açores quando perguntou aos açorianos da Terceira se preferiam ser governados por S. Miguel, ou pelo Terreiro do Paço. Em 1986, como Presidente da República, vetou alterações ao Estatuto Político dos Açores que versavam precisamente a obrigatoriedade de a bandeira da Região Autónoma ser hasteada nos quartéis e nas instalações do Estado nos Açores. Como consequência Mota Amaral e os membros do seu governo, receberam-no em visita oficial de óculos escuros e gravatas pretas como sinal de protesto e, (por aí ficaram).
Em declarações públicas o Comandante Militar nos Açores, em Janeiro 2009 disse não conhecer em profundidade o novo Estatuto Político-Administrativo dos Açores, (santa ignorância, deixai-nos escrever) sendo peremptório na afirmação de que a bandeira da região não flutuaria nas instalações militares existentes no arquipélago. O que, ainda hoje sucede sem qualquer reacção ou protesto por parte dos políticos representantes do Povo Açoriano.
Jorge Sampaio, no seu consulado republicano, numa das suas visitas aos Açores e, durante uma intervenção na nossa Catedral do Ensino nos Açores a UA, afirmou que os Açores já tinham de Autonomia quanto bastasse, como a dar a entender que os açorianos não tivessem a "leviandade" de quererem mais ou, aqui para nós, a total liberdade da autodeterminação dos Açores pelos açorianos.
Cavaco Silva interrompe as suas férias em terras do Algarve, para falar aos portugueses da pouca vergonha dos açorianos serem adjectivados no Estatuto dos Açores de Povo condição vetada pelo TC e, para ele Presidente da República, crime de lesa-pátria.
Mais recentemente, a 10 de Junho de 2018 tivemos Marcelo Rebelo de Sousa reafirmando o antigo slogan de "Aqui também é Portugal" depois de afirmar não ser oportuno qualquer revisão constitucional, que permita o aprofundamento da autonomia bem assim a criação de partidos regionais. Invade-nos com um contingente militar considerável, dá instruções de armas às crianças e, limpa os arredores da "festa" de todos os símbolos dos Açores só engolindo, passe a expressão, a presença das individualidades representativas do que teimam chamar de Região.
E hoje, ficamos por aqui continuando na próxima semana na análise à forma como os responsáveis políticos açorianos, lidaram com o acima explanado, versando a actuação partidária das sucursais portuguesas, apelidadas de Açorianas. O nascimento de um PPDA que teve pouca duração e, bem assim como lidaram as forças políticas que invadiram os Açores autoproclamando-se açorianas. O aparecimento do PDA um partido nado e criado nos Açores e que por diversas circunstâncias o levaram à sua extinção pelo Tribunal Constitucional. Conheçam os nossos leitores o que o Partido Democrático do Atlântico propunha para o nosso Arquipélago.
Até lá, haja saúde.
José Ventura
2019-03-21 Ribeira Seca Ribeira Grande
O autor por convicção não respeita o acordo ortográfico