Uma Data... um Dia para esquecer? Não!
Um dia, uma data, é sempre um marco na vida e na história pessoal de qualquer pessoa. Dias e datas que marcam momentos altos e baixos da nossa existência como seres humanos com consciência dos seus actos cívicos. São os mesmos e conforme o entendimento de terceiro objecto de critica. Positiva ou negativa. Sujeitam-se, pois, muitas vezes a insultos e abjectos comentários que em nada os abona pela mesquinhez dos mesmos no uso da Liberdade de opinião que deveriam ser no sentido sério e construtivo e, não na mentira e na destruição da credibilidade do "autor"
Na sociedade onde a hipocrisia e ambição de um lugar à sombra, têm a sua "tenda" bem montada, elegem como prioridade para alcance dos seus objectivos, o aplauso sistema em que vivem e aos que melhor lhes servem ou servirão o seu "pelotão" e não a sua "companhia" (termos militares que tomamos a liberdade de mencionar agora que, cada vez mais, as forças armadas se impõem como força colonizadora de um regime que se intitulando de Democrático, subscritor da Declaração dos Direitos do Homem e, através dos seus representantes político, feitos embaixadores da Liberdade e do Direito dos Povos, nega o direito aos habitantes (nados ou não) nos Açores serem "adjectivados" de POVO.
O ARTIGO 225.º Da Constituição da República - (Regime político-administrativo dos Açores e da Madeira), é uma mascara hipócrita do poder político de então, chamados de "constituintes" (1976)
Algumas cirurgias plásticas ao "modelo de perfeição, de nome autonomia" foram permitidas sob muita reserva e, até, à proposta de constar a condição de Povo açoriano no seu texto, levou a que o sorumbático professor Aníbal, interrompesse as suas férias para alertar os portugueses de uma ofensa tal que no seu entender seria perigoso para o princípio fundamental da separação e interdependência de poderes, que alicerça o sistema político português, aceitar o precedente, das alterações apresentadas pela Assembleia Legislativa dos Açores. Manifestava S.Exa. a preocupação que as alterações propostas à Revisão constitucional, viesse impor obrigações e limites às competências dos órgãos de soberania. «Se não considerasse que estava perante um precedente muito grave para o equilíbrio dos poderes entre os órgãos de soberania não teria falado aos portugueses», disse. (Acontecimento em Julho 2008)
5 anos depois Julho de 2013 num passeio de "soberania" foi às ilhas Desertas para afirmar o poder colonial de Portugal e, onde na despedida num gesto magnânimo e sorriso feliz, libertava uma "cagarra". Mais difícil seria se fosse um "milhafre".
Ouvimos de Jorge Sampaio que os Açores tinham a Autonomia bastante. Assistimos a Marcelo Rebelo de Sousa em Outubro passado, afirmar que que nesta legislatura não cabe uma revisão da Constituição e dito, quando se fala de mudar no seu texto a proibição de partidos regionais.
Não sem razão o seu anúncio na ilha Terceira de que o dia 10 de Junho seria celebrado em Ponta Delgada.
Demonstração de força militar, em tropa, material bélico, terrestre, marítimo e aéreo. Entretenimento da população infantil, juvenil e adulta. Demonstração de exercícios e nas praias micaelenses. Bradar ao céu "quiçá às armas" inacreditável a foto de S.Exa. Chefe Supremo das Forças Armadas, instrutor de metralhadora pesada de uma inocente criança. Lembramo-nos que só tivemos acesso a tal instrumento já adulto e quando instruendo militar.
A celebração do dia 10 com antecipação do içar da Bandeira de Portugal, fica marcada por um episódio de violência, de prepotência policial a mando de alguém que escondeu sempre a sua identidade. Numa actuação essa sim, premeditada. Falar dela aqui não é necessário foi suficientemente publicitada quer em alguns órgãos sociais bem como nas aproximadamente 70.000 visualizações do vídeo desse inacreditável acontecimento.
A "erradicação" dos símbolos açorianos da Praça Gonçalo Velho e, arredores foi a demonstração de autentico acto de colonização Terá sido instruções de Marcelo Rebelo de Sousa? Senão o foi, certamente teve conhecimento da operação de limpeza efectuada. Escamotear os símbolos da chamada Região Autónoma dos Açores fui um autêntico roubo à nossa dignidade de Povo.
Gostamos! Gostamos sim... da tirada Vasco Cordeiro, o nosso Presidente. "Portugal é o que é, porque os Açores são o que são". Também gostamos da "Bandeirinha" como lenço de algibeira na parte da cerimónia do 10 de Junho levada a efeito nos "States"
Quer queiram quer não, Portugal detém um capital político que não lhe pertence e que são: ao Açores na expressão e posição atlântica. O seu Mar com a sua grande extensão da sua Zona Económica Exclusiva, do seu fundo rico em jazigos de diversos recursos, da imensidão do seu espaço aéreo e, da nossa diáspora espalhada pelo mundo que tem contribuído para a sua presença para além da faixa de terra, que apelidam de continente.
"Pecar pelo silêncio, quando se deveria protestar,
transforma homens em covardes"
(Abraham Lincoln)
José Francisco Nunes Ventura
C.C. 01010938
Ribeira Grande 2018-06-14
Por opção o autor escreve pela antiga grafia.
AÇORES
2018-Junho-09
Foto: CC BY 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=627270