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MPF lança projeto de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia

MPF lança projeto de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia

MPF lança projeto de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia

Imagens de satélite serão utilizadas para identificar desmatamentos ilegais e promover a punição e a recuperação das áreas destruídas - O Ministério Público Federal (MPF) lançou na manhã desta terça-feira (21/11), em Brasília, o projeto Amazônia Protege.

O Ministério Público Federal (MPF) lançou na manhã desta terça-feira (21/11), em Brasília, o projeto Amazônia Protege. Construído em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a iniciativa usa imagens de satélite para identificar áreas desmatadas ilegalmente no bioma e fornecer subsídios para ações civis públicas visando a punição dos responsáveis e a recuperação das áreas degradadas. Saiba mais sobre o projeto no final do texto. 

"Nós temos o compromisso com o futuro. Nosso principal anseio é de criar a consciência de que não se pode desmatar. A proibição do desmatamento não é incompatível com o desenvolvimento, pelo contrário", disse a Procuradora Geral da República, Raquel Dodge.

Ações civis públicas

No lançamento, foram apresentados os primeiros resultados do Amazônia Protege. Entre agosto de 2015 e julho de 2016, foram localizadas 1262 áreas iguais ou superiores a 60 hectares desmatadas ilegalmente na Amazônia. Isso totaliza 176.671 hectares de corte raso ilegal de vegetação, extensão maior que a da cidade de São Paulo.

O MPF já propôs 757 ações civis públicas contra 725 réus no âmbito do projeto. A ideia é que, a partir de agora, sejam realizados novos monitoramentos todos os anos com o uso das imagens de satélite.

"O grande ganho, no meu entender, é priorizar a ação civil pública. Você está falando: 'recupere o que foi desmatado'. Essa é a grande mensagem do Amazônia Protege", destacou Suely Araújo, presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ela frisou que o projeto tem apoio do MMA.

"O Amazônia Protege é permanente. Nós teremos tecnologia, recursos humanos - junto aos parceiros Ibama e ICMbio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade] - nos próximos anos para identificar as áreas desmatadas e ajuizar as respectivas ações civis públicas", garantiu o procurador Daniel Azeredo, secretário da 4ª Câmara de Coordenação e Revisão, responsável pela temática de meio ambiente e patrimônio cultural dentro do MPF.

Azeredo acrescenta que o MPF vai propor, a bancos, instituições de crédito e órgãos estatais, a utilização das coordenadas geográficas para o embargo das áreas desmatadas. O procurador explica que esta medida pode ser mais efetiva do que o embargo utilizando o nome e o CPF dos desmatadores, como é feito atualmente. É recorrente a utilização de "laranjas", que acobertam os reais responsáveis pela degradação.

Como funciona o Amazônia Protege?

O registro das áreas desmatadas - com área igual ou superior a 60 hectares - é feito a partir de imagens de satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). As imagens passam pelo crivo do Ibama, que avalia se o desmatamento das áreas foi ilegal ou não. Os cortes feitos de forma legal são excluídos das etapas posteriores.

A identificação dos responsáveis pelo desmatamento ilegal ocorre pela localização geográfica das áreas e o cruzamento de diversos bancos de dados, como o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Sistema de Gestão Fundiária do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Sigef/Incra). Identificados os responsáveis, são abertos inquéritos e instauradas ações civis públicas pedindo indenização pelos danos causados e recomposição da área degradada.

Victor Pires

ISA

 


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Timothy Bancroft-Hinchey