logo

Incêndios fazem Cristas esquecer os cortes que impôs na floresta

Incêndios fazem Cristas esquecer os cortes que impôs na floresta

Incêndios fazem Cristas esquecer os cortes que impôs na floresta

Com as suas propostas, o CDS-PP deixou para trás os anos em que ditava cortes a partir dos lugares que ocupava na tutela das Florestas e da Protecção Civil e, agora, quer mais dinheiro para as matas nacionais e para os bombeiros.

Assunção Cristas, então ministra da Agricultura e do Mar, numa acção de prevenção, valorização e defesa da floresta numa das regiões que arderam a 16 de Outubro, no concelho da Pampilhosa da Serra. 22 de Fevereiro de 2014CréditosPaulo Novais / Agência LUSA

O partido quer que o Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) dê 40 milhões para as matas nacionais, 300 mil euros para a compra de equipamentos de protecção individual e viaturas operacionais pelas corporações de bombeiros e o reforço de efectivos de guardas florestais.

As propostas têm origem na bancada parlamentar onde se sentam a ex-ministra das Florestas, Assunção Cristas, e o ex-secretário de Estado da Administração Interna, Filipe Lobo d'Ávila. Em conjunto, têm responsabilidades partilhadas por cortes superiores a 28 milhões de euros no orçamento do Instituto para a Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), responsável pela gestão das matas nacionais, e da Autoridade Nacional da Protecção Civil.

Para os bombeiros, o anterior governo integrado pelos agora deputados do CDS-PP reservou um duplo corte indirecto: acabando com a isenção de taxas moderadoras para os operacionais e o pagamento do transporte de doentes não urgentes, uma importante fonte de financiamento das corporações de bombeiros.

A actual líder do CDS-PP foi, ainda, a principal responsável pela chamada «lei do eucalipto», liberalizando a expansão desta espécie na floresta portuguesa. Agora, o seu partido propõe a introdução no OE2018 de um regime de apoios públicos para a reflorestação com espécies folhosas autócones (de que são exemplo o castanheiro, o freixo, o choupo, o carvalho e o sobreiro).

A redução da área de plantação de eucalipto deve ser aprovada esta tarde pelo Parlamento

PEV quer pôr indústria da celulose a pagar reflorestação

Numa proposta de alteração ao OE2018 entregue ontem, o PEV avança com a criação de uma contribuição extraordinária sobre o sector da celulose. Os fundos recolhidos serão dirigidos para «financiar os pequenos produtores pela plantação e manutenção de espécies autóctones e de folhosas».

Os ecologistas lembram os lucros crescentes da principal empresa do sector, a Navigator (ex-Portucel/Soporcel), muito à custa da expansão do eucalipto - a principal fonte de matéria-prima -, que já é a principal espécie na floresta portuguesa e cuja resiliência face a incêndios é menor, comparativamente a outras espécies.

Também o PAN propõe a introdução de um programa de apoio à instalação e implementação de «carvalhos, castanheiros e outras folhosas», com um financimanento associado de 2 milhões de euros e um apoio anual de 250 euros por hectare, durante 21 anos.

in

 


Author`s name
Timothy Bancroft-Hinchey