Nossa Pátria, em poucos momentos da história, teve a altivez soberana. Pior do que ser, foi sempre sentir-se colônia. Colônia de países, colônia de empresas, colônia de banqueiros, no título de Gustavo Barroso, colônia do sistema financeiro internacional, desde 1990.
"Cansei de esperar
Agora sou combatente
Lutando pelo direito
De ser tratada como gente
Essa é a nossa luta
Luta pela paz
Tudo que queremos
São direitos iguais
Caso falhemos
Tentaremos outras mil
Nunca iremos desistir
Desse nosso Brasil."
(Liberdade, Igualdade e Fraternidade, Canção dos
alunos do 8º ano fundamental, para festa de fim do
ano letivo da Escola Sá Pereira, 2016)
Pedro Augusto Pinho*
Nossa Pátria, em poucos momentos da história, teve a altivez soberana. Pior do que ser, foi sempre sentir-se colônia. Colônia de países, colônia de empresas, colônia de banqueiros, no título de Gustavo Barroso, colônia do sistema financeiro internacional, desde 1990.
Não farei, mais uma vez, o relato de uma história, por demais conhecida, das agressões sofridas, com intensidades diferentes, pelos líderes nacionais que procuraram construir um Brasil Soberano, de Getúlio Vargas a Dilma Rousseff.
O curioso, e isso aconteceu até com o General Ernesto Geisel, foi a sombra da corrupção, do desvio de dinheiro público, que é o forte destes colonizadores, com que sempre se procurou manchar a honra dos dirigentes nacionalistas. E, em nenhum caso, por mais que se lhes investigasse a vida, jamais se encontrou um único ato de apropriação indébita, de desvio de conduta.
Desta vez, os golpistas de maio de 2016 estão indo com extraordinária voracidade aos cofres. E, cínicos, usam a corrupção, onde são mestres e lacaios, para desconstruir aqueles que procuraram diminuir a grande desigualdade, o preconceito e a miséria brasileira.
Com a estagnação por 20 anos, sem que nenhum poder a combata, ao que se seguirá um ignominiosa legislação previdenciária, já confessadamente explicada para favorecer o sistema financeiro, e a alienação das riquezas naturais e do controle da produção brasileira, só restarão aos nacionais desse País os sete palmos de terra, se não nos jogarem no oceano.
Minha perplexidade se dá com a omissão, já verdadeira conivência, das Forças Armadas que a um nem tão pretérito tempo jurara defender o Brasil e os brasileiros. O que houve?
Nem é tão poderoso este sistema financeiro, a banca, pois nos últimos meses sofreu duas derrotas importantes: com o plebiscito que tirou o Reino Unido da União Europeia (Brexit) e com a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos da América (EUA), ainda a maior potência militar e econômica do mundo.
Parodiando Marx e Engels só devíamos temer os grilhões que nos prendem, nunca a liberdade pela qual lutamos. O que temem as Forças Armadas? Talvez se eleita a senhora Clinton, belicosa agente da banca, pudéssemos ter uma frota dos EUA em nossas águas, uns drones circulando por Brasília e São Paulo e a visita de marines aos bordéis nacionais. Mas, acreditando em Trump, isto estaria, agora, distante da realidade.
E, retomada a direção do Brasil pelos brasileiros trataríamos de rever todas as falidas instituições e seus ocupantes, que menos do que senhores agem como capitães do mato, para evitar o cemitério para onde nos levam os golpistas.
*Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado