No contexto das Legislativas 2015, a Associação ILGA Portugal está a organizar um debate com vários partidos políticos que terá como foco principal as suas posições sobre estratégias e práticas de luta contra a discriminação das pessoas LGBT.
O debate vai ter lugar no próximo dia 8 de setembro, às 18h30, na Fundação José Saramago (Casa dos Bicos), em Lisboa. A entrada é livre.
Estão confirmadas as presenças de Francisco Guerreiro (PAN); Francisco Madeira Lopes (Os Verdes); Isabel Moreira (PS); Mariana Mortágua (BE); e Rita Paulos (Livre).
A Coligação PaF e o PCP também enviarão representantes, a confirmar.
Neste debate, serão conhecidas as respostas ao questionário que a ILGA Portugal lançou aos partidos que concorrem às próximas eleições legislativas.
Disponibilizamos desde já excertos relevantes dos programas eleitorais já apresentados publicamente pelos partidos com representação parlamentar e pelos partidos que, para além destes, também responderam ao nosso questionário (e foram também convidados a participar no debate).
BLOCO DE ESQUERDA (BE)
LIVRE/TEMPO DE AVANÇAR
3.13. As desigualdades com base na orientação sexual e na identidade de género devem ser enfrentadas completando os quadros legais necessários para a sua superação. Propõe-se o fim da exclusão de mulheres solteiras e casais de lésbicas no acesso a técnicas de procriação medicamente assistida, a garantia de condições de segurança a cada família através do reconhecimento legal da co-adoção por casais do mesmo sexo, o reconhecimento da importância da adoção enquanto paradigma de parentalidade positiva, acabando com a exclusão de casais do mesmo sexo na candidatura à adoção. No campo da discriminação por identidade de género, defendemos a inclusão desta categoria no artigo 13º da Constituição.
PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS (PCP)
Na prossecução do objectivo de uma efectiva política de igualdade importa prosseguir e reforçar medidas e orientações que combatam todos os tipos de discriminação.
PARTIDO ECOLOGISTA "OS VERDES" (PEV)
- Combater quaisquer formas de descriminação na sociedade portuguesa, por questões de género, cor, orientação sexual ou religião.
PESSOAS - ANIMAIS - NATUREZA (PAN)
80. Alargar a candidatura à adopção por casais do mesmo sexo
Porquê?
Esta candidatura é possível por parte de casais de sexo diferente e por pessoas a título individual. Os serviços competentes avaliam as famílias ou pessoas candidatas - e não há qualquer motivo para excluir desta avaliação casais de pessoas do mesmo sexo.
Para quê?
Para que as pessoas não vejam o seu direito inalienável de ser mãe/pai e a constituir família vedado devido à sua orientação sexual.
Como?
Através da revisão e alteração dos documentos legislativos, regulamentos e procedimentos actualmente em vigor.
81. Co-adopção em casais do mesmo sexo
Porquê?
O governo Português está a violar os Direitos Humanos, negando a pais e mães um vínculo legal face às suas crianças.
Para quê?
Para dar às crianças o direito a este vínculo, com todas as implicações,responsabilidades e direitos associados às suas figuras parentais, que já reconhece como tal.
Como?
Através da revisão e alteração dos documentos legislativos, regulamentos e
procedimentos actualmente em vigor.
82. Incluir a identidade e a expressão de género no artigo 13º da Constituição da República Portuguesa
Porquê?
A identidade e expressão de género não estão ainda incluídas no artigo 13º (Princípio da Igualdade) da Constituição da República Portuguesa.
Para quê?
Este reconhecimento, acompanhado de uma revisão do restante ordenamento legal, é importante para legitimar e garantir que as pessoas trans tenham acesso a cuidados de saúde competentes, assim como o acesso a bens e serviços, educação e habitação.
Como?
Através da revisão e alteração dos documentos legislativos, regulamentos e procedimentos actualmente em vigor.
83. Acesso à procriação medicamente assistida a mulheres solteiras e casais de mulheres
Porquê?
Em Portugal, o acesso às técnicas de procriação medicamente assistida (PMA) é proibido e punido caso a mulher não esteja casada ou unida de facto com um homem.
Para quê?
Para acabar com estas exclusões e discriminações, que são sexistas e violentas para as mulheres.
Como?
Através da revisão e alteração dos documentos legislativos, regulamentos e procedimentos actualmente em vigor.
PARTIDO SOCIALISTA (PS)
Ponto 19:
CONSTRUIR UMA SOCIEDADE MAIS IGUAL:
Assim, o PS propõe-se a reforçar esta abordagem integrada através das seguintes medidas:
Combater a discriminação em função da orientação sexual:
A última década foi determinante na implementação de uma agenda de proteção e promoção dos direitos fundamentais, assente na valorização do Princípio da Igualdade e na supressão das discriminações subsistentes na lei. Neste quadro, importa completar as alterações legislativas desencadeadas com a consagração jurídica da união de facto entre pessoas do mesmo sexo, em 2001, e do casamento entre pessoas do mesmo sexo, em 2010, bem como assegurar os direitos reprodutivos de todas as mulheres, independentemente do seu estado civil. Propõe-se a concretização das seguintes medidas para a colocação de Portugal, uma vez mais, na linha da frente dos países empenhados na igualdade:
Melhorar o regime da identidade de género, nomeadamente no que concerne a necessidade de previsão do reconhecimento civil das pessoas intersexo e de melhorar o quadro legislativo relativo às pessoas transexuais e transgénero;
PORTUGAL À FRENTE (PSD/CDS-PP)
"Combater todas as formas de discriminação de género, nomeadamente através de ações de sensibilização e prevenção do bullying homofóbico"