Por ANTONIO CARLOS LACERDA
PRAVDA.RU
TERESINA/BRASIL - No Brasil, se Constância Melo Carvalho, de 79 anos, só teve um voto para vereadora quando disputou as eleições no município de Coivaras, no Estado do Piauí, é a prova concreta e definitiva de que somente ela votou nela mesma e que ninguém mais desejava te-la como representante do povo na Câmara Municipal.
Entretanto, o inacreditável aconteceu:- Uma cassação do mandato de um vereador de Coivaras elevou Constancia Melo Carvalho (PMDB) a ocupar uma cadeira de vereadora na Câmara Municipal do município, apesar de só ter tido um único voto.
Constância Melo Carvalho tomou posse como vereador após o Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TER-PI) cassar o mandato da vereadora Raimunda Costa dos Santos (PSDB) por infidelidade partidária. Ao tomar posse, Constância disse que chegou à Câmara devido a um "chamado de Deus".
A posse de Constância Carvalho chamou a atenção dos moradores. Ela disse que tinha registrado candidatura em 2008, mas desistiu na véspera, devido à morte do único filho, de 48 anos, vítima de câncer, que era seu coordenador de campanha.
"Quando meu filho morreu, eu me desiludi com a política e pedi para que ninguém votasse em mim. Quando fui votar disse: 'Não vou ser besta, vou votar em mim por causa da legenda do partido. E não é que deu certo?'", disse Constância.
Evangélica "desde os dois anos de idade", Constância atribuiu o "impulso" do seu voto a um "chamado de Deus". Ela, que é filiada ao PMDB há 14 anos, disse que vai trabalhar para construir uma Casa do Idoso e providenciar calçamento para a cidade. Sobre reeleição, disse que não sabe se vai disputar as eleições de outubro. Coivaras tem 3.398 habitantes e foi emancipada em 1993. A Câmara possui nove vereadores.
A história de Constancia se repete no Piauí. Em 2008, uma suplente de vereador de Pau d'Arco do Piauí que teve apenas um voto na eleição de 2004 tomou posse na Câmara Municipal. A vereadora Carmem Lucia Portela Santos (PSB) assumiu após o vereador Miguel Nascimento ter sido cassado pela Justiça Eleitoral.
ANTONIO CARLOS LACERDA é correspondente internacional do PRAVDA.RU