Empresários mexicanos rechaçam aplicação de Helms-Burton a Cuba
México, (Prensa Latina) O aplicativo do terceiro capítulo da Lei Helms-Burton "é uma desgraça e não são boas notícias para nenhum empresário, porque vem a asfixiar hoje mais a economia de Cuba" disse o investidor Jaime Torres Escuen.
O empresário, que tem estado a cargo do Comitê México-Cuba do Conselho Empresarial Mexicano de Comércio Exterior (Comce) fez a afirmação a véspera em declarações à versão digital do diário A Jornada.
Torres Escuen explicou que com esse capítulo se reforça o bloqueio comercial dos Estados Unidos contra Cuba, pois tinha ficado suspenso desde 1996 quando foi aprovada dita legislação.
Desde a noite da quarta-feira 17 de abril, a Secretaria de Relações Exteriores (SRE) do México assegurou que 'protegerá às empresas mexicanas que fazem ou têm interesse em fazer negócios com Cuba e pudessem ser afetadas', indicou o diário digital. Estatísticas do Banco do México (BM) indicam que o comércio que o México mantém com Cuba atualmente é menor ao que registra com 6 de 7 países da América Central (Guatemala, Panamá, Costa Rica, El Salvador, Honduras e Nicarágua, a exceção é Belize) bem como com os outros dois países maiores das Antilhas ou Caribe (Porto Rico e República Dominicana).
Torres Escuen declarou à Jornada que 'em primeiro lugar estamos na contramão de que Estados Unidos reative o capítulo terceiro da Helms-Burton, porque é arbitrário e ilegal e estamos na contramão da extraterritorialidade', referida às sanções que o governo do presidente Donald Trump pretende impor a particulares ou empresas que façam negócios com a ilha.
'Em segundo lugar, estamos na contramão do bloqueio, e em terceiro lugar, estamos de acordo e respaldamos a posição fixada pelo governo do México, quase nos mesmos termos que os propostos pela União Europeia e Canadá'.
Por suposto que as empresas que fazem negócios com Cuba vamos ter problemas, mas também é uma magnífica oportunidade de fazer coisas, mais ainda quando o governo (do presidente de Andrés Manuel López Obrador) está volteando a América do Sul, o Caribe e América Central e não só a América do Norte', pontuou Torres Escuen.
O comércio México-Cuba ascendeu em 2018 a 443 milhões 296 mil dólares, das quais 95% correspondeu a exportações mexicanas. O monte representa quase a quinta parte com respeito aos 2 bilhões 489 milhões de dólares do comércio de México com Guatemala.
O intercâmbio comercial México-Cuba duplicou-se nos últimos 25 anos já que somou 181 milhões 175 mil dólares em 1993, antes de que México empreendesse sua carreira para o livre comércio com a assinatura de vários tratados.
Conquanto México sempre tem registrado um superávit comercial com Cuba, esta tem registrado melhores resultados em outros anos: em 1993 os produtos que vende ao México foram por tão só 7 milhões de dólares e para 1997, um ano após a entrada em vigor dos primeiros capítulos da Helms-Burton, somaram 34,2 milhões de dólares. O máximo das importações cubanas feitas pelo México atingiu em 2008, 53,3 milhões, mas em 2017 despencou para somar apenas 8 milhões, o mesmo nível que 25 anos antes, mas no ano passado se localizaram em 20,8 milhões, conclui a informação da Jornada.
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