Grande adesão à greve nas empresas de distribuição
Com «uma grande adesão» à greve, os trabalhadores dos super e hipermercados, grandes superfícies especializadas, armazéns e logísticas da distribuição estão a demonstrar o seu descontentamento, a exigência de negociação do contrato colectivo de trabalho e a resposta às suas reivindicações.
A greve que começou a 22 de Dezembro - para os armazéns e logísticas da Jerónimo Martins/Pingo Doce, Sonae e Dia/Minipreço e para todos os trabalhadores do Lidl - e se prolonga hoje e amanhã para todo o sector da grande distribuição, está a ter «uma elevada adesão», informa o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN).
Num comunicado, o CESP informa que «há registo de um grande número de trabalhadores em greve em todas as grandes cadeias de super e hipermercados como é o caso do Pingo Doce, Continente, Jumbo/Auchan e Lidl». Acrescenta que na empresa Dia/Minipreço «há dezenas de lojas encerradas e muitas outras com horários de funcionamento reduzidos», e que «no segundo dia de greve nos armazéns continua a registar-se elevada adesão dos trabalhadores».
Os trabalhadores estão, desde ontem, a manifestar às empresas e à Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED) o seu protesto contra «o arrastar da negociação do contrato colectivo de trabalho há 15 meses», sem qualquer contraproposta de aumento salarial, «nem resposta à exigência do fim da tabela B» - a mais baixa e praticada em todos os distritos à excepção de Lisboa, Porto e Setúbal.
Os trabalhadores exigem ainda «a correcção da carreira profissional dos operadores de armazém, igualando-a à dos operadores das lojas, com três níveis de progressão automática até à categoria de especializado». Acusam ainda as empresas e a APED de pretenderem «reduzir a retribuição dos trabalhadores, baixando o valor do trabalho suplementar e do trabalho normal prestado em dia feriado, e desregular os horários de trabalho».
O sindicato denunciou ainda que as empresas recorreram, antes do início da greve e com a greve a decorrer, «à pressão e ameaça aos trabalhadores (ameaçando-os com "castigos", penalizações, faltas injustificadas, etc.), à substituição ilegal de trabalhadores em greve, trocas de horários, trocas de dias de descanso, deslocação de trabalhadores da sua loja ou armazém para outros locais de trabalho, etc».
Acrescenta que «muitas lojas abrem com um número muito reduzido de trabalhadores, com chefias a substituir os trabalhadores nas caixas ou nos balcões de atendimento e com prolongamento dos horários dos trabalhadores que não aderiram à greve».
Os trabalhadores em greve realizaram ontem várias acções junto às empresas, das quais o CESP destacou a concentração na logística da Sonae, na Maia, a concentração junto à sede do Lidl, no Linhó/Sintra, a concentração junto do entreposto do Lidl, no Ribeirão/Braga, a concentração junto do armazém do Dia Minipreço de Torres Novas e os piquetes de greve em vários armazéns.
Foto: Na plataforma logística do Lidl em Torres Novas a adesão à greve foi ontem de 90%, sendo que 53 trabalhadores dessa unidade deslocaram-se até à sede da empresa em Sintra.Créditos/ União dos Sindicatos de Santarém
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