No 1º período da crise (2007-2010), não se registou um agravamento da pobreza, já que as prestações sociais atenuaram os seus efeitos. Entre 2007 e 2010, a taxa de risco de pobreza após as transferências sociais até baixou de 18,5% para 18%, e o número de portugueses no limiar da pobreza diminuiu em 47.297 (passou de 1.950.455 para 1.903.158).
Este estudo tem como objetivo lembrar (é o mínimo que se pode fazer ), nesta época de Natal, até para que o manto do esquecimento e da indiferença não consiga ocultar, a situação de pobreza em que vivem milhões de portugueses fruto de uma politica de direita que tem privilegiado os mais ricos e sacrificado os mais pobres, que se agravou enormemente durante o governo PSD/CDS, como mostram os dados INE publicados em 18/12/2015, referentes a 2014 (v. quadro 1).
por Eugénio Rosa
No 1º período da crise (2007-2010), não se registou um agravamento da pobreza, já que as prestações sociais atenuaram os seus efeitos. Entre 2007 e 2010, a taxa de risco de pobreza após as transferências sociais até baixou de 18,5% para 18%, e o número de portugueses no limiar da pobreza diminuiu em 47.297 (passou de 1.950.455 para 1.903.158). Mas com a entrada do governo PSD/CDS e da " troika" , esta tendência inverteu-se, e a percentagem de portugueses no limiar da pobreza subiu, entre 2010 e 2014, de 18% para 19,5%, tendo o seu numero número ultrapassado os dois milhões. Os próprios dados do INE revelam que, contrariamente ao que a direita sempre afirmou, os mais pobres foram os mais atingidos com política de austeridade. O quadro 2, com dados do INE, mostra os efeitos da política de consolidação orçamental recessiva que se traduziu numa percentagem elevada de empregados, de desempregados, de reformados e de outras camadas desfavorecidas no limiar da pobreza.
Segundo o INE, no fim de 2014, 11% dos empregados (494.945 portugueses), embora com trabalho, viviam no limar da pobreza devido aos baixos rendimentos que auferiam. A nível de desempregados a percentagem no limiar da pobreza atingia 42% em 2014, e estava a cresce rapidamente; 14,5% dos reformados e 32% dos "Outros ativos" estavam também no limiar da pobreza em 2014. Tudo isto é preocupante e dramático.
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