Documentos revelados por Edward Snowden, acessados com exclusividade pela Telesur, revelam que a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, por sua sigla em inglês), com a ajuda da embaixada norte-americana na Venezuela, espionou o sistema de comunicação interno, e-mails, perfis de empregados e outros dados da empresa estatal de petróleo da venezuelana, PDVSA. Até mesmo os cargos mais altos foram espionados, inclusive o presidente da estatal, Rafael Ramírez.
O documento revelado por Snowden aponta que a espionagem foi feita em meados de 2010 por um analista da NSA que invadiu mais de 10 mil perfis de empregados da PDVSA e teve acesso à e-mails trocados com outras pessoas, números de telefones, senhas e outras informações sigilosas. Um dos perfis espionados foi o de Rafael Ramírez, que presidiu a empresa entre os anos de 2004 e 2014, e atualmente representa a Venezuela nas Nações Unidas. Além dele, o então diretor de exploração e produção, Luis Vierma, também teve seu sigilo violado.
Snowden revela que o projeto de espionagem foi executado em parceria entre a NSA e a Cia para se infiltrar na estatal venezuelana com o uso de equipamentos de vigilância de alta tecnologia que tiveram como base a embaixada norte-americana em Caracas, localizada há poucos quilômetros da sede nacional da empresa. Segundo o documento, os Estados Unidos acreditava que "entender PDSVA é entender o coração econômico da Venezuela".
"A Venezuela tem uma das maiores reservas de petróleo e gás natural do mundo", destaca o documento. Observa ainda que a receita gerada pela estatal representa "um terço do PIB e mais da metade dos recursos do governo".
O documento dá a entender ainda que o petróleo da Venezuela é uma prioridade de "investigação" do serviço de inteligência norte-americano, uma vez que afirma: "queria informações da PDVSA nos mais altos níveis possíveis da empresa - especialmente o presidente e os membros da direção executiva".
O analista da NSA admite que depois de visitar a página oficial da PDVSA fez uma "lista de objetivos" e começou o processo de violação de sigilo dos mais altos cargos da empresa. "Meus olhos puderam ver que estas coisas eram uma mina de ouro", revela ao falar da quantidade de informações que conseguiu extrair por meios ilícitos.
Em reportagem sobre a revelação dos documentos a Telesur afirma que a "PDVSA tem sido durante muito tempo um objetivo das agências de inteligência dos Estados Unidos e objeto de intensa investigação por parte dos diplomatas norte-americanos". Isso porque a embaixada dos EUA em Caracas estava interessada na estratégia da estatal venezuelana em relação ao litígio sobre a nacionalização do projeto petroleiro Cerro Negro, elaborado em 2007, e os milhares de dólares ativos da petrolífera norte-americana Exxon Mobil.
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