Bloqueio a Cuba mostra que ONU precisa mudar, afirma Venezuela

Nações Unidas, (Prensa Latina) A manutenção do bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba apesar da rejeição quase unânime da comunidade internacional, demonstra a necessidade de reformas na ONU, afirmou hoje aqui o representante permanente venezuelano, Samuel Moncada.


Em entrevista com Prensa Latina, o diplomata recordou que Washington tem ignorado o reclame mundial emitido por 21 anos consecutivos na Assembleia Geral das Nações Unidas, onde na próxima terça-feira se votará um novo projeto de resolução sobre o fim desse cerco imposto há mais de meio século.


A Assembleia é uma reunião de todos os países soberanos do planeta, uma entidade sem precedentes na história quanto a representatividade, pelo que desconhecer suas decisões põe em evidência a urgência de mudanças, advertiu.


Desde 1992, a plenária dos membros da ONU -que já somam 193- tem respaldado de maneira categórica documentos que chamam ao levantamento do bloqueio, demanda apoiada por mais de 180 estados nos últimos sete anos, com a isolada oposição de duas ou três nações.


Estados Unidos debocha-se da comunidade internacional com uma postura que tem como sustento seu direito ao veto no Conselho de Segurança, um problema estrutural herdado do mundo existente depois de finalizar a Segunda Guerra Mundial, ou seja bem diferente ao de agora, expôs o embaixador da Venezuela.


Segundo Moncada, ante este palco, as sanções econômicas, comerciais e financeiras aplicadas a Cuba por sucessivas administrações norte-americanas são um claro exemplo de que devem se realizar transformações na ONU e em seu Conselho de Segurança, para que cumpram sua função de garantir a justiça.


Para o diplomata, o cerco imposto à Ilha pela Casa Branca, além de ilegal e desumano, qualifica de "uma loucura profundamente imoral". "Uma assembleia planetária, como a Assembleia Geral, vota quase em sua totalidade pelo levantamento do bloqueio, e Estados Unidos a ignora; no entanto, o Congresso desse país aprova uma lei para endurecer o bloqueio e quer que seja universal, uma verdadeira loucura e imoralidade", sentenciou.


Leis como a Helms Burton, de 1996, provam a imoralidade, porque violam a soberania de todos os outros países, ao castigar a quem desde terceiras nações fazem negócios com a ilha, disse.


Moncada opinou que tais incongruências com o direito internacional explicam a rejeição maioritária ao cerco contra Cuba.
"Até os melhores aliados dos Estados Unidos, que o seguem em outras situações, nesta (o bloqueio) não o acompanham", ilustrou.
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Timothy Bancroft-Hinchey