Cezar Faccioli, especial para Gazeta Russa
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Missão russa percorreu seis Estados brasileiros para avaliar o serviço veterinário local. Como resultado, o governo brasileiro deu garantias de que controlará efetivamente o uso da ractopamina, substância utilizada em rações industrial e proibida na Rússia.
Na última sexta-feira (3), em Brasília, representantes do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e da missão veterinária russa se reuniram para um balanço da missão russa que percorreu seis Estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Mato Grosso e Pará), todos impedidos de exportar para a Rússia.
Embargo à carne brasileira não deve cair
Vzgliad
De acordo com Serguêi Dankvert, diretor do Rosselkhoznadzor (Serviço Federal de Controle Veterinário e Fitossanitário da Rússia), a delegação que visitou recentemente o Brasil trouxe para casa resultados ruins.
"Durante muito tempo o serviço veterinário brasileiro forneceu informações falsas sobre o uso de ractopamina", diz Dankvert. Por essa razão, segundo ele, nenhuma das fábricas de carne suína inspecionadas pela delegação receberá autorização de exportação de produto à Rússia.
A ractopamina estimula o crescimento do tecido muscular e é uma substância proibida na Rússia
"As fábricas brasileiras que já receberam autorização de exportar o produto serão obrigadas a fornecer provas convincentes que não usam ractopamina", declarou Dankvert.
Depois do Brasil, o Serviço Federal de Controle Veterinário e Fitossanitário da Rússia (Rosselkhoznadzor) ainda pode incluir os Estados Unidos, Canadá, México e Austrália na lista de países que não podem exportar carne à Rússia.
O controle da ractopamina, substância utilizada em rações industrial e proibida na Rússia, foi a principal preocupação manifestada pelo país.
Ficou acordado o encaminhamento de um relatório da visita ao Ministério da Agricultura, que responderá as observações apontadas pelos russos. Só depois de um pronunciamento oficial do governo russo que o ministério se manifestará oficialmente.
As restrições temporárias à importação da carne brasileira tiveram início em junho de 2011, por motivos técnicos, segundo as autoridades fitossanitárias russas.
Atualmente, há 48 frigoríficos brasileiros autorizados a exportar para a Rússia, sendo 29 de carne bovina, 4 de carne suína e 15 de carne de aves. Na lista de restrições temporárias há ainda outros 91 frigoríficos.
O grupo russo, formado por nove técnicos, visitou 20 frigoríficos nos seis Estados. A missão também conheceu uma fábrica de ração no município de Frederico Westphalen (RS).
A Rússia é o maior destino da carne bovina brasileira. A criação de joint ventures com empresas privadas do Brasil ou mesmo investimentos da Rússia para importação de tecnologia automatizada para processamento de matéria-prima em suínos são outro ponto que contribuiu para esse desempenho.
"A Rússia é parceira na relação comercial e podemos aprofundar ainda mais. Hoje firmamos pontos importantes em alguns contextos, avanços mantêm a qualidade e sanidade do produto brasileiro", disse em encontro de trabalho recente o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro.
O ministro acrescentou, à época, estar otimista com relação à suspensão das restrições temporárias à importação da carne brasileira para o mercado russo.
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