«A troika entra pela porta dos portugueses todos os dias, dorme com os portugueses, levanta-se com os portugueses. A troika faz mais parte da nossa vida do que o atual governo» diz o membro do IDP acerca dos motivos que levam à promoção desta iniciativa.
Com esta conferência o IDP procurará esclarecer os efeitos das medidas que estão a ser impostas na vertente fiscal, na economia, na saúde, na justiça e em todas as vertentes da vida do país. «A troika chegou e ordenou que se cortasse, cortasse, cortasse, mas é preciso esclarecer e debater quais são os efeitos desses cortes e onde nos vão levar», afirma o Dr. Rui Rangel acerca da importância de promover o debate acerca deste tema, pois «estão em causa questões de independência de Portugal».
Nesta discussão que será aberta toda a sociedade serão abordadas questões que estão na ordem do dia da vida portuguesa e que alteram questões relacionadas com a soberania do país. «É preciso esclarecer quem é este conjunto de senhores, de terceira ou quarta categoria das instituições que representam, e como é que vêm para Portugal e ordenam e mandam livremente» esclarece o Juiz Desembargador. «Estas pessoas não conhecem o país, não estão interessados nos portugueses, não conhecem a sua realidade, as suas angústias e as suas dificuldades. Esta situação inverte o papel da democracia portuguesa» afirma.
A posição das instituições portuguesas, e a forma como está a ser conduzida a intervenção da troika em Portugal, serão também alvo de análise no âmbito desta conferência. Rui Rangel considera que «o governo está a impor medidas que vão muito além daquelas que troika determina. Todas as instituições com pensamento livre, que não estejam presas a lógicas ideológicas e a lógicas partidárias deveriam naturalmente participar deste debate», acrescenta.
A orientação da Europa face ao atual contexto económico mundial terá também lugar neste evento do IDP. «O espaço europeu precisa de reagir. Perdemos as lideranças fortes. Não há líderes na Europa. As crises de Portugal, da Grécia e da Irlanda afetam naturalmente o espaço europeu numa fase em que a própria europa está enfraquecida» esclarece o Dr. Rui Rangel.
Num momento em que «os acontecimentos que se estão a desenrolar, a própria democracia está em causa. Vemos estados que foram legitimados a cair, não por eleição mas porque a desregulação e ganâncias dos mercados assim ordenam». Por isso o IDP considera que «é cada vez mais importante abordar estes assuntos e pôr as pessoas a pensar ao fomentar um debate interessante. Há um comodismo muito grande por parte dos portugueses no que respeita a estes assuntos».
A responsabilidade é dos decisores mas é preciso também que os portugueses sejam mais participativos e mais esclarecidos, acerca destas questões que põem em causa a soberania do país» acrescenta Rui Rangel, referindo ainda que «estas questões da troika são um tabu e parece que há quem não queira que sejam discutidas».
O IDP é uma associação cívica, independente, fundada em 2007, que tem por vocação a intervenção cívica e a promoção de um debate construtivo e apartidário sobre os desafios que se colocam à sociedade portuguesa.
A sua primeira finalidade é o aprofundamento da Democracia em Portugal como Estado independente no âmbito da União Europeia. O IDP surge como organização da sociedade civil que congrega pessoas independentes e pessoas com filiação em partidos de todo o espectro político. O IDP promove eventos de várias ordens, numa tentativa de permitir que a sociedade civil tenha uma voz audível na resolução das grandes questões nacionais.