Mata Hari não era a espiã , mas bode expiatório do governo francês

Famosa Mata Hari conhecida como a espiã da Alemanha era bela , amoral e mentirosa , mas não a espiã, revela a nova biografia da dançarina. Mata Hari ficou para a história como a espiã sedutora que desnudou os seios perante o pelotão de fuzilamento, na esperança de desconcertar os soldados e salvar a sua vida.

No entanto, a biografia escrita por Pat Shipman veio dar nova luz ao mito. Depois de analisar um extenso rol de documentos, que até agora tinham permanecido em segredo, a escritora descobriu que Mata Hari foi apenas um bode expiatório do governo francês para reforçar a moral nacional.

A dançarina de origem holandesa foi acusada de ter causado a morte de 50 mil soldados franceses ao revelar segredos oficiais dos aliados às autoridades alemãs. Foi condenada à morte e executada a 15 de Outubro de 1917.

«As evidências indicam que ela foi inocente de espionagem», afirmou à Reuters Pat Shipman, professora de antropologia na Universidade da Pennsylvania.

«Quando Mata Hari foi presa, a guerra já tinha devastado a França. Ela era estrangeira, sensual, bonita, tinha envolvimentos amorosos com toda a gente e vivia uma vida de luxo, enquanto os parisienses andavam rotos e passavam fome. Havia um grande ressentimento contra ela », acrescentou Shipman.

«Ela era uma exímia dançarina e melhor cortesã. Não tinha quaisquer refreios morais contra o sexo e chegava a cobrar 100 francos franceses por uma noite. Todos os seus amantes saíam felizes», afirmou a escritora à Reuters.

Uma cortesã que ficou para a História

Mata Hari nasceu na Holanda e figura no registo civil com o nome de Margaretha Gertruida Zelle. Muito jovem, casou com um militar muito mais velho do que ela e partiu para a Indonésia, onde aprendeu as artes do amor e da dança que a tornaram célebre.

Contam as pistas que o marido a contaminou com sifilis, doença que também matou o seu primeiro filho. Com a morte da criança, o casal regressou à Holanda, onde a segunda filha acabou também por falecer.

As mortes dissolveram o casamento, que já tinha sido infeliz, e Margaretha migrou para França e começou a trabalhar num circo pariesiense. Com os conhecimentos adquiridos em Java, conseguiu os seus primeiros empregos como dançarina exótica e nasceu Mata Hari, que em javanês significa 'Olho da Manhã'.

Com a atitude sedutora e expansiva que a caracterizava, depressa começou a crescer nos circuitos artísticos de Paris. Dançando nua, ou muito pouco vestida, no periodo anterior à I Guerra Mundial, a holandesa começou a criar uma aura de exotismo e mistério à sua volta.

A fama levou-a a actuar pelos mais diversos palcos da Europa e trouxe-lhe mais amantes, na sua maioria aristocratas ou militares. Quando se deu a eclosão da I Grande Guerra, a bailarina começou a ser encarada como uma possível espia dupla.

Quando regressou a Paris, depois de uma curta digressão, foi de imediato detida pelas autoridades francesas. Não conseguindo dar um alibi conveniente para os crimes de que era acusada, foi ao pelotão de fuzilamento.

Shipman comparou o status de Mata Hari em 1917 ao de Marilyn Monroe na década de 1960: reconhecível em toda parte e era vista como a mulher mais sexy e desejável da Europa, não obstante ter contaminado diversos amantes com sífilis.

«É por isso, em parte, que acho absurdo pensar que ela tenha sido uma espia. Mata Hari não poderia nunca ser clandestina - ela atraía todas as atenções», acrescentou a autora.

A biografia Femme Fatale: Love, Lies and the Unknowed Life of Mata Hari já foi editada e está disponível na Amazon.com.

 Fonte Sol

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Author`s name Lulko Luba
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