Inclusão digital nas escolas públicas garante futuro da criança, diz Sergio Rezende

Para o ministro, desafio é promover e fazer chegar à população de todas as regiões do País os benefícios proporcionados pelos avanços científicos e inovações tecnológicas


Em entrevista ao Bom Dia Ministro, produzida pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República e transmitida via satélite para rádios de todo o País nesta quinta-feira (24), o ministro de Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, destacou também a contribuição dos Centros Vocacionais Tecnológicos na formação de mão-de-obra especializada para atender as novas demandas geradas pelo crescimento econômico. Veja os principais trechos.


Inclusão digital - Inúmeras ações estão sob o guarda-chuva da Ciência e Tecnologia para o desenvolvimento social e uma delas é a de inclusão digital. Participamos desse projeto de várias maneiras e uma delas é a inclusão digital através das escolas públicas por meio do pro grama Banda Larga nas Escolas, feito em articulação com as companhias de telefonia fixa. As empresas assumiram o compromisso de implantar o acesso em cerca de 60 mil escolas públicas em todo o Brasil.

Fazer essa inclusão nas escolas públicas é uma forma de garantir o futuro da criança, que poderá usar o computador para se comunicar e se educar. Além da inclusão digital nas escolas, que é o grande programa do governo, apoiamos a formação de telecentros. Esse é um programa que está muito distribuído no governo e os ministérios da Ciência e Tecnologia e das Comunicações têm recursos para apoiar alguns desses telecentros, principalmente na periferia das grandes cidades e no interior. Estamos, no momento, fazendo o levantamento de quanto são, onde estão e quais são as condições de operação dessas unidades. O grande desafio do Brasil é o fato de termos uma extensão territorial enorme. Temos cerca de 5.600 municípios, alguns bem afastados dos centros urbanos, onde o acesso é mais r ápido. Como essa tecnologia é muito nova, vai ser implantada gradualmente. Os centros de inclusão digital têm sido implantados por prefeituras, organizações não-governamentais, governos estaduais e assim por diante.


Desenvolvimento científico - O desenvolvimento científico no Brasil é muito recente. Começamos a formar pesquisadores, mestres e doutores apenas há 40 anos. Nesse tempo, o desenvolvimento foi rápido, mas muito concentrado, principalmente na região Sudeste. São Paulo tem hoje quase 50% dos pesquisadores do Brasil, porque, além de ter iniciado esse tipo de pesquisa há mais tempo, tem uma fundação de apoio à pesquisa, a Fapesp. Como os recursos do ministério, principalmente na década de 90, foram muito escassos, os grupos de pesquisa já formados têm vantagem na competição.

Ciência no Nordeste - Um grande desafio para a região Nordeste é fazer com que os centros de pesquisa universitários tenham cada vez mais apoio, para formar mais pesso as, estabelecendo uma ciência de maior qualidade. Isso fará com que a ciência chegue até a população, por exemplo, por meio das políticas públicas de saúde, que recebem contribuições de pesquisadores, ou por meio de programas de extensão, onde os estudantes vão para perto da população. Outro desafio é fazer com que tenhamos no Nordeste empresas produzindo produtos e processos com maior inovação. Por isso nosso plano leva o nome de Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação. A inovação se dá principalmente nas empresas. Fazer com que as empresas nordestinas, principalmente os setores mais tradicionais, promovam inovação no seu processo produtivo para poder ter proveito de maior valor agregado é um processo que exige uma certa mudança cultural. Para isso, o ministério inclui em todos os editais uma cláusula que diz que pelo menos 30% dos recursos daquela chamada pública serão destinados aos grupos da região Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Os grupos do Nordeste sabem perfeitamente que isso está acontecendo.


Qualificação - A nossa participação nesse processo (de qualificação profissional) é relativamente limitada. Com o objetivo de formar trabalhadores em especialidades que exijam conhecimentos que possam ser transmitidos em tempo relativamente curto, criamos um programa que se chama Centros Vocacionais Tecnológicos. Hoje, temos cerca de 400 centros vocacionais tecnológicos sendo implantados em todo o Brasil. O País está crescendo em ritmo tão acelerado, que começa
a faltar mão-de-obra especializada. Os Centros Vocacionais Tecnológicos estão contribuindo para resolver esse problema.


Escolas técnicas - As escolas técnicas do País estão cada vez mais com melhores condições de promover um ensino de nível cada vez mais alto. Para isso, elas estão contratando mestres e doutores. O Brasil começou a formar pesquisadores há muito pouco tempo. Mas agora nós estamos formando cerca de 11 mil doutores por ano. Tempos atrás se f alava que o problema era conseguir emprego para esses doutores. Quando o governo federal resolveu tomou a iniciativa de criar extensões universitárias e escolas técnicas no interior do País, abriu-se uma possibilidade concreta de nesses concursos para professores das escolas técnicas se escreverem mestres e doutores, que encontram todas as condições de montarem laboratórios inovadores. Hoje, várias escolas técnicas possuem apoio direto do ministério da Ciência e Tecnologia.


Biocombustíveis - Essa discussão em âmbito mundial de alimentos versus produção de biocombustíveis é na verdade uma falácia dos países desenvolvidos que não tem uma agricultura desenvolvida e precisam subsidiar seus produtores. O Brasil não tem esse problema. No caso do Nordeste, por exemplo, a grande fonte de produção de biodiesel é exatamente a mamona, que não é usada para alimentação. Estamos implantando unidades piloto com objetivo de testar tecnologia e organizar os agricultores. O Pro grama de Biodiesel está avançado e o Brasil está adiantando as metas.

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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