Catarata: nova lente imita o cristalino

A catarata é considerada uma questão de saúde pública apontada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como a maior causa de cegueira evitável. Responde por metade dos casos de perda total da visão que atinge 36 milhões de pessoas no mundo. Dos 15,7 milhões de brasileiros com mais de 60 anos, 60% (9,42 milhões) são portadores da doença. Segundo o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, a catarata resulta do envelhecimento natural dos olhos que torna opaco e rígido nosso cristalino – lente transparente dos olhos responsável pelo foco. O implante de uma lente intra-ocular que substitui o cristalino é a única solução para voltar a enxergar.

O especialista afirma que a cirurgia acaba de dar um salto de qualidade com lentes que chegam muito próximas do nosso cristalino natural. Isso porque, foram desenvolvidas a partir da tecnologia de frente de onda (wavefront), a mesma que possibilitou a personalização da cirurgia refrativa para corrigir miopia, astigmatismo e hipermetropia.

Ele explica que as imperfeições periféricas do nosso sistema óptico sofrem alterações conforme envelhecemos. Para reduzir estas imperfeições as novas lentes são asféricas, ou seja, o grau varia gradativamente do centro até a borda. Isso faz com que garantam melhor visão funcional que se refere à rapidez de leitura, percepção de contraste e capacidade de enxergar em níveis variáveis de iluminação. Trata-se de um ganho importante, ressalta, porque diversos estudos demonstram que com o avanço da idade a dificuldade de enxergar com pouca luz é quatro vezes maior, o que traz limitações no trabalho, facilita acidentes de trânsito e quedas mesmo em ambientes familiares.

Queiroz Neto diz que a nova lente corrige miopia de até 14 graus e hipermetropia de até 8 graus. É aplanada da região central para a superfície. Esta apodização, explica, tem a função de diminuir a visão de halos noturnos e de regular a entrada de luz até a retina, independente da capacidade de contração e dilatação da pupila que também se torna reduzida a partir dos 60 anos. Segundo estudo conduzido pelo fabricante, dispensa a necessidade de óculos em 80% dos casos, por permitir a boa visão de perto, meia distância e de longe que são garantidas respectivamente pela parte central, intermediária e periférica da lente.

CIRURGIA É MINIMAMENTE INVASIVA

O médico afirma que muitas pessoas prorrogam a cirurgia, o que é um erro. Isso porque a catarata madura, como popularmente é conhecida, torna o cristalino muito rígido o que aumenta os riscos de complicações pós-operatórias e impede o implante da nova lente. A cirurgia é ambulatorial, feita com anestesia local (colírio) através de um ultra-som que aspira ao cristalino e injeta a lente dobrada atrás da íris. Queiroz Neto destaca que a nova tecnologia permite uma menor incisão entre 1,9 a 2,2 mm o que trará resultados mais previsíveis e menor indução ao astigmatismo pós-cirúrgico. Ele diz que o sucesso da cirurgia é garantido por um bom pré-operatório que inclui diversos exames clínicos e a biometria de imersão que aumenta em cinco vezes a precisão do cálculo da lente a ser implantada. A recuperação total acontece em uma semana, mas em 24 horas é possível retomar o trabalho, comenta.

SAIBA COMO ADIAR A CATARATA

Estima-se que a catarata pode ser adiada em 10 anos. As principais recomendações para proteger o cristalino são:

Proteger os olhos da radiação ultravioleta emitida pelo sol com boné, chapéu ou lentes que tenham proteção comprovada.

Evitar o consumo excessivo de sal, tabaco e bebidas alcoólicas.

Adicionar à alimentação frutas e vegetais ricos em vitamina A, C e E que atuam como antioxidantes do cristalino.

Controlar os níveis de glicose no sangue através de exames periódicos.

Fonte: LDC Comunicação

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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