UNICEF apoia o combate à desnutrição nas províncias afectadas pela seca no sul de Angola

UNICEF apoia o combate à desnutrição nas províncias afectadas pela seca no sul de Angola

 

Apesar dos desafios causados pela pandemia da COVID-19, é fundamental garantir que os serviços essenciais para a sobrevivência da criança, como o tratamento da desnutrição, continuem a ser disponibilizados, para evitar um agravamento da situação nutricional.

 

 

Luanda 29 de Junho de 2020 - O UNICEF disponibilizou mais 9.600 caixas de suplementos nutricionais destinadas às províncias do Cuando Cubango, Cunene, Huíla e Namibe para apoiar as intervenções de resposta nutricional resultantes de períodos de secas cíclicas no sul de Angola.

Os suplementos nutricionais diversos vão servir para reforçar os programas provinciais de combate à desnutrição e as actividades que têm sido desenvolvidas pelos Governos locais particularmente neste período de resposta à pandemia da COVID-19, beneficiando mais de 10.000 crianças menores de 5 anos.

 

O  UNICEF tem apoiado o Governo de Angola, em particular os Governos Provinciais no sul do país, no desenvolvimento de pacotes de actividades de resposta à emergência que incidem essencialmente nos sectores de saúde e nutrição, água, saneamento e higiene, protecção da criança, mudança de comportamento e envolvimento comunitário. Estas actividades assentam numa estratégia mais ampla para estabelecer a ligação da resposta as emergências com uma agenda de desenvolvimento social local.

 

Graças à assistência do UNICEF e parceiros, de Janeiro a Junho de 2020, foram capacitados mais de 300 técnicos de saúde para fornecer serviços de despistagem e tratamento da desnutrição aguda e prestar aconselhamento sobre práticas de alimentação infantil e suplementação com micronutrientes para os pais e encarregados de crianças pequenas.

 

Em 2019, com fundos da Central das Nações Unidas para as Emergências (CERF); o apoio do UNICEF e das ONGs, Visão Mundial, Acção para o Desenvolvimento Rural (ADRA) e People In Need, foi possível despistar para a desnutrição, cerca de 232.000 crianças menores de cinco anos, por meio da intervenção de mais de 1.000 agentes comunitários e técnicos de saúde capacitados nas províncias do Cunene, Huíla, Bié e Namibe.

 

Do número de crianças diagnosticadas mais de 23.000 foram tratadas para a desnutrição aguda moderada e cerca de 7.800 crianças tratadas para a desnutrição aguda grave, em 28 Unidades Especiais de Nutrição e 210 Unidades Sanitárias com programas de tratamento ambulatória equipadas com suprimentos nutricionais e materiais de diagnóstico.

 

Em 2020, as actividades desenvolvidas no sul de Angola, têm contado com o financiamento da Central das Nações Unidas para as Emergências (CERF); do Banco de Fomento de Angola, por meio da abordagem Porto Seguro; e do Governo do Japão, cujo apoio para além de servir para comprar suplementos nutricionais prevê garantir que cerca de 16.000 crianças menores de cinco anos tenham acesso à prevenção e rastreio da desnutrição aguda e cerca de 12.000 crianças em idade escolar beneficiem de acções de desparasitação e suplementação com micronutrientes.

 

"A questão da desnutrição tem sido uma grande preocupação do UNICEF e dos seus parceiros, mesmo antes da pandemia, porém com a ocorrência dessa situação de emergência mais famílias podem ter maior dificuldade em garantir a nutrição adequada das suas crianças, por isso os nossos esforços vão no sentido de apoiar as autoridades para assegurar que haja continuidades destes e outros serviços de modo que nenhuma criança seja deixada para trás e tenha a sua situação agravada", disse Jean Francois Basse, representante interino do UNICEF em Angola.

 

Angola é um país propenso à secas cíclicas que afectam sobretudo as províncias no Sul do país e de forma mais severa nas zonas semi-áridas do Cunene, Huíla e Namibe. A seca no Sul de Angola vem se exacerbando à medida que as chuvas do último ano foram escassas e irregulares e de igual modo nos últimos 3 anos foram registadas as temperaturas mais elevadas dos últimos 45 anos.

 

Estima-se que mais de 56.000 famílias estejam em situação de insegurança alimentar em 2020, derivada da seca vivenciada em 2019, e de acordo com o último inquérito nutricional efectuado nas províncias da Huíla e Cunene, a prevalência de desnutrição aguda nas crianças menores de cinco anos é de 13.6 por cento na Huila e 12.9 por cento no Cunene, estimando-se que 3 por cento dessas crianças na Huila e 1.7 por cento no Cunene se encontrem em risco de vida devido à desnutrição aguda severa.

 

UNICEF Angola

 

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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