Ataque à liberdade de imprensa: mídia russa é perseguida nos EUA

Ataque à liberdade de imprensa: mídia russa é perseguida nos EUA

A liberdade de expressão é um direito democrático básico e é defendido pela burguesia apenas quando lhe convém. Quando falamos de liberdade de imprensa, na qual a opinião e visão dos cidadãos seria expressa pública e amplamente de maneira igualitária, existe um mito de que nas sociedades capitalistas esse direito é garantido.

Mas como já dizia o líder da Revolução Russa, Vladimir Lênin, "os capitalistas chamam liberdade de imprensa à liberdade dos ricos de subornarem a imprensa, à liberdade de utilizar a riqueza para fabricar e falsificar a chamada opinião pública". Em outras palavras, para a burguesia liberdade de imprensa só existe quando ela tem o monopólio dos meios de comunicação para espalhar suas ideias.

Um claro exemplo dessa máxima é o que está ocorrendo nos Estados Unidos, país que se diz o baluarte da liberdade de expressão. A campanha pesada para tentar culpar a Rússia pela eleição de Donald Trump (um tanto indesejável à vista do imperialismo) vem desde o ano passado e diariamente os grandes meios de imprensa dos EUA entopem o noticiário com boatos sem qualquer prova da existência de uma interferência russa nas eleições de 2016.

Apesar da inexistência de provas, já é dado como se isso fosse verdade e que os meios de comunicação russos teriam ajudado Trump a se eleger. Essa falsa acusação serviu como motivo fraudulento para o Twitter (empresa americana) impedir anúncios dos veículos RT e Sputnik em sua plataforma. Isso se chama censura à imprensa e se tivesse ocorrido na Rússia seria alardeado aos sete ventos que o governo russo é uma ditadura.

Além disso, outro fato diretamente ligado a esse que prova a hipocrisia da burguesia imperialista quando fala de liberdade de imprensa é o seguinte: recentemente dois dos principais jornais dos EUA - New York Times e Wall Street Journal - publicaram no mesmo dia dois artigos diferentes exigindo ao Google que restrinja a presença da RT nos resultados do buscador do Youtube, porque o canal russo seria popular demais.

Isso destrói completamente o mito tanto de liberdade de expressão e imprensa no capitalismo como o mito da livre concorrência. São dois monopólios ameaçados por um canal que veicula informações censuradas pelas redações dos jornais imperialistas - como as guerras de agressão dos EUA, o papel terrorista da CIA, a dominação dos bancos etc. A RT faz isso porque os interesses do governo russo são diferentes dos interesses imperialistas dos EUA, uma vez que a Rússia defende uma governança global mais democrática em que todos os países tenham soberania sobre si próprios, enquanto Washington busca como sempre uma hegemonia global.

Mas sempre existe uma desculpa para a repressão. A imprensa americana acusa esses dois veículos russos de fazeram propaganda contra o sistema dos EUA e de supostamente difundirem notícias falsas. Curiosamente, a imprensa burguesa, que diariamente faz propaganda maquiada de jornalismo, acusa veículos que, a rigor, são mais imparciais que ela, de propagandistas.

Esse acontecimento não será noticiado e muito menos questionado pela grande mídia brasileira, que adora alerdear sobre supostas censuras à imprensa praticadas por governos de esquerda e anti-imperialistas, como os da Venezuela, Cuba e Rússia.

Eduardo Vasco,

Pravda.Ru

Foto: Djordje Stakić - Own work, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=9482495

 

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