Começou julgamento de um dos maiores serial killers da história da Rússia

Em Moscou começou ontem (13) o julgamento de um dos maiores serial killers da história do país envolvido em pelo menos 49 homicídios . 

Alexander Pichushkin - "maníaco Bittsevski" - teria cometido os crimes entre 1992 e 2006, mas reconheceu que matou 63 e que planejava matar mais uma pessoa, completando 64 homicídios – um para cada quadrado de um tabuleiro de xadrez, que ele ia marcando à medida que cometia os crimes. O nome de "maníaco Bittsevski" deve-se ao facto de a maior parte dos homicídios terem sido cometidos no parque de Bittsevski, uma zona florestal no Sul de Moscovo, para onde, sob pretextos vários, Pitchuchkin atraía as suas vítimas.

A maior parte das vítimas eram homens idosos e lhes-atraia ao prometer bebidas alcoólicas. Quando as vítimas ficavam bêbadas, ele as agredia com um martelo até a morte ou as empurrava em uma fossa de esgoto.

Mas a procuradoria aponta Pichuchkin como autor da morte de três mulheres.

Foi através da pista deixada por uma destas, Marina Moskaleva, que deixou aos familiares o número do telemóvel do "amigo" que a tinha convidado para passear, que a Polícia conseguiu identificar o assassino. Quando foi preso Pichuchkin não ofereceu resistência e entregou à Polícia o martelo com que tinha assassinado Marina Moskaleva. Ptchuchkin afirma que a polícia o apanhou "por acaso" numa verificação de documentos, mas parece estar conformado com a sua sorte. "Se não me apanhassem eu nunca mais parava. Prendendo-me salvaram muitas vidas", afirmou à televisão russa.

Segundo a procuradoria, só há indícios que permitem que ele seja indiciado por 49 homicídios e três tentativas de homicídio, embora continuem sendo investigados outros casos. "Maníaco Bittsevski" ele pode ser condenado à medida superior do castigo da Rússia: prisão perpétua.

De acordo com jornalistas que acompanham o caso, a grande questão para o júri que irá decidir o destino do russo é se ele tem ou não problemas mentais que possam amenizar a sua pena.

Maiores serial killers da Rússia

Anatoli Onoprienko. Matava para roubar

Em sete anos, Anatoli Onoprienko fuzilou, esfaqueou e esganou 52 pessoas, entre as quais crianças com idades compreendidas entre os três meses e os onze anos. Isto fez com que este maníaco esteja entre os dez serial killers mais cruéis da história. O criminoso recordou com grande precisão cada um dos seus crimes: "Vi uma casa nova, aproximei-me e vi quem dormia onde.

 Quando todos adormeceram, dei, primeiramente, um tiro no dono e, depois, num rapazinho. A mulher começou a suplicar: "Não dispares!". Eu gritei: "Dá-me dinheiro!", e matei-a com um golpe no pescoço. Levei anéis e brincos de ouro, roupa de criança". Quando o juiz de instrução lhe perguntou: "Porque odeias tanto as pessoas?", Onoprienko respondeu: "Quando era criança, puseram-me num orfanato. Não me queixei, mas fiquei com rancor". A 31 de Agosto de 1999, o Tribunal de Jitomir (Ucrânia) condenou-o à morte por fuzilamento. Porém, devido às pressões do Conselho da Europa, a pena capital foi substituída pela "prisão perpétua".

Andrei Tchikatilo. O "monstro" de Novotcherkask

Andrei Tchikatilo é, sem dúvida, um dos mais cruéis assassinos em série. Não só pela quantidade de pessoas que matou (mais de 50 mulheres e crianças entre 1982 e 1990), mas pela crueldade com que o fazia: depois de as matar, violava-as e cortava-lhes partes do corpo.

 A polícia soviética teve grandes dificuldades em descobrir este maníaco sexual, não apenas porque ele actuava com extremo cuidado, mas também por ser fisiologicamente anormal. Em 1982, a polícia encontrou no corpo de uma das vítimas esperma do quarto grupo. Segundo as leis da criminalística clássica, o criminoso deveria ter sangue do mesmo grupo.

 Em 1984, Tchikatilo foi detido por "comportamento suspeito" e logo libertado, porque as análises de sangue a que foi sujeito mostraram que o sangue era do grupo dois. A justiça soviética condenou uma pessoa inocente à morte, acusada de ter cometido um crime que veio a saber-se depois ser da autoria do "monstro" de Novotcherkask, cidade do Sul da Rússia. Só seis anos depois é que a polícia começou a seguir Tchikatilo, quando notou que ele se interessava muito por rapazes menores. Foi condenado à morte e fuzilado.

O maníaco de Vitebsk

Guennadi Mikhassevitch matou, entre 1971 e 1984, 36 mulheres, doze das quais num ano. Normalmente, apanhava as vítimas na berma das estradas e estrangulava-as com cachecóis ou molhos de erva entrançados. Mikhassevitch parecia levar uma vida normal de pai de família: trabalhava numa oficina de reparações e até fazia parte da "mílicia popular", organização de pessoas que se ofereciam voluntariamente para ajudar a polícia. Enquanto o assassino matava uma mulher atrás de outra, a polícia soviética obrigou, recorrendo a torturas e espancamentos, 14 pessoas a reconhecerem a autoria de crimes que não cometeram: uma foi fuzilada, outra suicidou-se e uma terceira passou dez anos na prisão.

Quando Mikhassevitch sentiu que a polícia estava próxima de descobrir o verdadeiro autor do crime, dirigiu às autoridades uma carta anónima onde afirmava que as mulheres eram mortas pelos maridos por infidelidade. E foi através da caligrafia que o criminoso foi descoberto. Os médicos explicaram tal agressividade com o "complexo de inferioridade sexual" e o tribunal condenou-o à morte.

 Por Lyuba Lulko ,texto  complementar: José Milhazes, Dá Rússia

Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter

Author`s name Lulko Luba
X