Quem é Rasmussen? É o Dispositivo Explosivo Improvisado da OTAN

Uma análise daquilo que a OTAN é e aonde a OTAN vai depois do novo Secretário-Geral, o dinamarquês Anders Fogh Rasmussen, tomar posse e prometer criar uma nova parceria estratégica com a Federação Russa. Bonitas palavras…mas vamos analisar quem é esse Rasmussen e dizer-lhe umas verdades antes de ele lançar seu novo painel, que contará com a presença da Madeleine “Eu gosto de terroristas albaneses” Albright.

Para começar, uma nota positiva pela boa intenção no seu discurso inaugural como Secretário-Geral da OTAN, aquele lobby não eleito que dita as políticas externas dos seus países membros e que serve como plataforma de fomentar os interesses da indústria das armas que governa os EUA e que satisfaz os desejos dos seus lacaios na Europa, em reconhecer a necessidade de criar uma parceria estratégica com a Rússia.

Pois bem, a OTAN precisa da Rússia muito mais do que a Rússia precisa da OTAN, porque a OTAN está metida em sarilhos grandes em Afeganistão, sarilhos que a própria organização criou desde o início. Quanto à Rússia, qualquer concentração de forças beligerantes nas suas fronteiras seria alvo de uma nuvem de mísseis tão densa que apagaria o Sol e que criaria uma cratera com cem quilómetros de raio à sua volta, a qualquer hora do dia ou da noite.

Relativamente ao Afeganistão, este país tinha um governo socialmente progressista nos anos 70 e 80, apoiado pela União Soviética face a uma campanha de contínua desestabilização pelos Mujaheddin de Mullah Omar e Osama Bin Laden, apoiados pelos EUA. As crianças iam à escola, as mulheres tinham plenos direitos, havia um intenso programa de construção de hospitais, havia um programa de casas sociais, havia pleno emprego, havia segurança. Foi a força escura atrás da OTAN (Washington) que lançou o movimento extremista e terrorista a partir dos Madrassah paquistaneses, movimento que se transformou nos Taliban. Vamos entender as coisas como são. E agora vem a OTAN, com o boné na mão, a pedir o auxílio da Rússia enquanto uma força Taliban ressurgente controla cada vez mais território no Afeganistão de forma sustentável e constante.

Em segundo lugar, onde é que já ouvimos esse nome Anders Fogh Rasmussen? Ah! Já me lembro! Era ele o primeiro-ministro dinamarquês durante aquele escândalo dos desenhos de Maomé, aquele que se recusou a pedir desculpas. Uau! Isso deve tornar-lhe popular em Afeganistão! De facto seria difícil imaginar o que poderia servir de melhor estímulo para os Taliban, ter uma pessoa destas responsável pelas forças do inimigo…seria um pouco como convidar Mikheil Eu Como a Minha Gravata, o Assassino Saakashvili, Adolf Hitler ou um bombista suicida à festa de aniversário centenário da bisavô…cardíaca.

Se o Anders Rasmussen pensa que está bem imprimir imagens insultuosas do Islão no momento mais delicado na história do convívio entra as duas culturas, colocando seu dedo numa ferida crua e aberta quando foi preciso uma política de discussão e diálogo e debate, reclamando o direito a liberdade de expressão (pois, quando simpatizantes da OTAN destroem websites, quando servidores dos EUA bloqueiam URLs menos simpáticos, liberdade, pois, e coisa e tal…) então é evidente que aqui estamos perante um homem cujo tino lhe falha catastroficamente em momentos chave. Cave canem!

Depois, claro, há a questão da expansão da OTAN ao Leste, depois de terem sido dadas garantias a Moscou que não aconteceria. Então porquê é que aconteceu? Onde está a honra da OTAN? Onde está a sua dignidade, onde está a sua palavra? Não tem. A sua palavra vale tanto como aquela de Saakashvili, aquele que assina um tratado de paz e a seguir envia suas tropas (apoiados pelos “conselheiros” norte-americanos…mas que belo trabalho que fizerem, hein?) para chacinar quase dois mil civis russos.

E porquê a OTAN fala com esse criminoso de guerra? Porquê a OTAN considera Saakashvili como amigo? Como pode a OTAN dizer que é uma organização supra-nacional política quando associa com assassinos? Será que o Rasmussen sabe o que fez a Geórgia no verão passado? Enviou tropas a Ossétia do Sul numa orgia de violência, sem qualquer provocação, e planejou a mesma coisa para a Abkhazia. E agora defende que estas duas Repúblicas voltem para a Geórgia? É doido, ou quê? E se perguntasse às populações da Ossétia do Sul e da Abkházia, se queriam ou não voltar a coabitar com aquele Hitler falhado de Tblisi depois de aquilo que ele fez? E porquê a Geórgia não organizou os referendos nestas duas Repúblicas como era seu dever sob os termos da Lei Soviética, que assinou? Então quando Rasmussen fala de integridade territorial, e por aí fora, cadê a história do conflito? Considere a Ossétia do Sul e a Abkházia espólio de guerra, então, que são agora estados independentes, cujas populações não querem viver sob o jugo de Tblisi. Tem a ver com liberdade de expressão e tal, Senhor Rasmussen deve entender isso…

E já que Rasmussen fala da integridade territorial dos vizinhos da Rússia, ele deveria lembrar que não foi a Rússia que iniciou este conflito. Moscou fez todos os esforços para resolver a questão de forma pacífica e política e sempre usando a diplomacia para resolver a questão do Cáucaso, foi sim o amigo de Rasmussen quem lançou uma campanha de bloqueio e depois violência. Mikheil Saakashvili, que partilha a cama de Rasmussen, é um criminoso de guerra assassino que vai pagar o preço por aquilo que fez.

Ainda relativo a integridade territorial, talvez Rasmussen deveria perguntar o significado deste conceito à Madeleine Albright, que é aparentemente uma das suas escolhas para seu novo painel para formar seu conceito estratégico, especialmente devido ao papel desta senhora em Kosovo, onde OTAN lançou um ataque terrorista contra um estado soberano no seu próprio território depois de favorecer os terroristas da UÇK.

Talvez Rasmussen esqueceu-se quem são a UÇK. Ushtria Çlirimtare ë Kosovës (Exército de Libertação de Kosovo, ou KLA em inglês), liderada pelo terrorista Hashim Thaçi, perpetrou actos de chacina terroristas contra as autoridades sérvias. Depois de décadas de criar problemas, após décadas de albanesas irem a Kosovo para parir, o equilíbrio populacional alterou contra os sérvios no coração da sua nação, onde a nação sérvia nasceu, em Kosovo Polye. Quando a Sérvia defendeu-se contra esta escória, OTAN recebia os terroristas albaneses com braços abertos e tomou o lado destes traficantes de armas, de drogas e de carne branca, os chulos e proxenetas que queriam formar seu Estado mafioso.

A Madeleine Albright sabe isso muito bem porque era ela a eminence grise atrás da operação.

Resumindo, o quê é que temos? O tipo que inflamou meio mundo devido à sua arrogância, falta de respeito e pura estupidez no caso das imagens insultuosas de Maomé, fazendo referências intrusivas e insolentes acerca da integridade territorial dos vizinhos da Rússia, como se foi a Rússia que começou esse conflito, depois esqueceu-se de referir o papel da Geórgia no conflito, aperta a mão de assassinos e criminosos de guerra e aponta uma que apoiou o terrorismo internacional em Kosovo…esquecendo que quem começou o problema em Afeganistão foi a própria OTAN, esquecendo os direitos de escolha dos povos da Ossétia do Sul e Abkhazia e esquecendo de referir o compromisso da OTAN para não expandir ao Leste. Nada mau para começar.

Parece mesmo o Dispositivo Explosivo Improvisado da OTAN, aquele lobby das armas não eleito que dita as políticas externas dos seus países-membros.

Timothy BANCROFT-HINCHEY

PRAVDA.Ru

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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