URSS acabou porque a causa foi traída

Caro Editor, Quero aqui mais uma vez manifestar meu apreço por esse jornal tão informativo que é o Pravda, que dispondo de um vasto acervo de notícias sobre o mundo e a Rússia, tem sempre um espaço aberto para discussões, embora eu veja em algumas delas certas contradições.

Não concordo com a opinião manifestada em certos debates, segundo a qual "a URSS deixou de existir porque cumpriu seu papel"... Deixou de existir sim, porque alguns oportunistas, desde a segunda metade dos anos 50, abandonaram os princípios elementares do bolchevismo, do comunismo científico, tanto no plano material quanto ideológico, como bem mostrado por eminentes estudiosos como Will Bill Bland e Mao Tsé-Tung. Em "The Restauration of Capitalism in the Soviet Union" e "A Carta Chinesa", respectivamente de Bland e Mao, são expostos os motivos que apresento.

Somando as razões apresentadas ao fato de ter sido pioneira no socialismo, o que trouxe certas dificuldades iniciais, veremos no final dos anos 80 uma URSS degradada, diferente daquela anterior ao dos anos 50 e posterior aos anos 20, com tantos empreendimentos, realizações e sucessos, de maneira que restou ao traidor "Judas Gorbatchev"(como costuma dizer Nina Andreyeva), se aproveitar dessa falha para autorizar a assinatura do acordo de dissolução da URSS, junto à líderes estrangeiros, à apenas 40Km da fronteira polonesa, para o caso de Gorba reagir. Curioso é que no mesmo ano, por iniciativa dos habitantes de Kharkov, um referendo revelou que 82%(ou 92%, se não estiver enganado) de cidadãos votaram pela continuidade da União das Repúblicas Socialitas Soviéticas, o que revela que o que houve na realidade foi um golpe de Estado organizado por Washington nos moldes da Revolução Laranja.

As vezes a história é irônica, como o é como os milhares de jovens do Partido Nacional Bolchevique(NBP) e da Vanguarda da Juventude Vermelha(AKM), nacionais-bolcheviques e bolcheviques, patriotas, que apodrecem nas prisões russas tachados de "foras da lei", pelos fantoches judiciários de Putin, que decretaram e decretam sentenças draconianas a esses militantes que reivindicam a soberania de sua pátria, a União Soviética.

Como poder falar em democracia hoje na Rússia? Com prisões como as de Viktor Anpylov e Eduard Limonov, demoralizados perante seus compatriotas por ditadores apoiados por Washington? Como falar em democracia na Rússia com prisões em situação pior do que as apresentadas no filme "Hell", com J. C. Van Dame, onde os presos políticos sequer são reconhecidos como tal? Irônicamente, a burguesia russa ainda chama a tais indivíduos de "fascistas", quando ela sim promove tal regime.

Tenho bastante respeito pelas opiniões apresentadas no port.pravda.ru, e mesmo concordo com muitas delas, mas algumas são contraditórias. Na semana da vitória, por exemplo, em maio, foi apresentado um texto que apresentava Stalin como um irresponsável na 2a. Guerra, quando até mesmo Zhukov, Vassilievsky e outros comandantes militares, louvaram seus méritos na II Guerra em suas Memórias, escritas vários anos após a morte de Stalin e a campanha difamadora movida por N. Khruschev(um bom livro sobre isso é Stalin, um novo olhar, de Ludo Martens). Infelizmente, alguns desses marechais nunca aceitaram a traição do Marechal Tuhachevsky, simpático ao nazismo, como atestado por um colega seu francês que servira como tenente na I Guerra ao seu lado, e nunca contestadas pelo soviético.

Penso que essas questões deveriam ser discutidas e revistas, para que possamos entender o que realmente aconteceu na URSS e se passa hoje na Rússia. Como bem apresentado pelo autor, enquanto no socialismo as ruas são limpas de drogados e pornografia, a Rússia capitalista tem drogados e consente até mesmo com a pedofilia para assegurar o lucro dos capitalistas, havendo como expressão disso um dueto chamado "Tatu", onde as cantoras com então 17 e 18 anos de idade, praticavam todos os atos libidinosos possíveis em seus shows. Mas isso é normal no capitalismo, um sistema imoral. Cristiano Alves Brasil

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