Luis e Francisco; duas histórias, dois exemplos

Trabalhadores honestos, pais de família, tiveram cada um uma chance de mudarem de vida. Um não teve dúvida, agarrou com tudo o futuro alvissareiro que se abriu à sua frente, tornou-se político. O outro não, seguiu seu destino com a mesma honestidade, certeza e verdade de sempre. O que separa a história de Luis Inácio da Silva e a de Francisco Cavalcante é a paz que existe em seus corações, a consciência tranqüila de cada um, a vergonha que existe na cara deles e na cara de seus filhos, os exemplos que eles representam para o país.

Luis Inácio viu na política, depois de suas manifestações honestas como líder sindical, a chance de nunca mais ser um trabalhador braçal. Não buscou na liderança sindical um fim para ele e para os seus, mais sim um meio, meio este que o levou ao objetivo final, a presidência da Republica. Francisco Cavalcante não fez da sua honestidade um meio, e sim, um fim. Com uma certeza franciscana, encontrou uma mala cheia de dinheiro e nem por isso se rendeu ao futuro promissor que aquele achado poderia lhe proporcionar. Não se vendeu por meia dúzia de moedas. Agora está aí, tornou-se referência nacional, símbolo para uma Nação pobre de heróis, de homens de honra, compromissados com o seu povo.

Ao olhar Lula e Francisco, rostos perfilados, vemos claramente que um é a negação do outro, e que um representa o que o outro teria sido se tivesse, um dia, mudado em suas convicções. Um se tornou exatamente aquilo que nunca quis ser... O outro não, sorri feliz, sem culpa.

Se tivéssemos em nossa presidência um homem com a nobreza do Francisco, já teríamos feito uma faxina no Congresso nacional, onde não veríamos mais malas cheias de dinheiro sujando nosso pobre cenário político. Não teríamos ex-trabalhadores se enriquecendo com as malas de dinheiro dos outros, homens se apossando de dinheiro escuso, barganhando propinas às escondidas, levando o debate político ao nível de acordos firmados em banheiros. Se tivéssemos na presidência da República um homem com a honestidade de Francisco, não teríamos uma política econômica que toma dinheiro do povo e o entrega para os banqueiros internacionais, para o FMI, e poderíamos “fazer aqui muito mais coisas para o povo pobre deste País”. “Não teríamos a corrupção reduzindo a eficácia dos gastos públicos e prejudicando os mais pobres”. Se nós tivéssemos na presidência da República um homem com a decência de Francisco, teríamos orgulho em ouvir os erros verbais do nosso presidente, pois ele trabalhou tanto a vida toda que pouco teve tempo para estudar. Se tivéssemos na presidência da República um homem com a simplicidade do Francisco, veríamos nele um igual a nós, caricatura viva do ser brasileiro, um fiel e autêntico retrato dos filhos da pátria, que não se deslumbrou com os dólares, com as torres do castelo e nem com o poder encomendado.

O que vemos é que não precisamos ter 180 milhões de Franciscos para termos um país melhor, um Brasil mais alvissareiro, preocupado com a realidade de seu sofrido e empobrecido povo. Bastaria ter apenas um: na presidência da República.

Petrônio Souza Gonçalves BRASIL

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