Irã: Gestão da linha dura

A vitória de Mahmoud Ahmadinejad no Irã confirmou as perspectivas de uma gestão de linha dura naquele país, uma vez que este candidato obteve apoio das camadas mais baixas, que é a favor da confrontação com os interesses americanos na região.

Os EUA tem como prioridade em sua política externa, propagar a democracia pelo mundo, naturalmente tendo como ênfase nessa democratização os países que tem influência nos seus interesses econômicos e estratégicos. Como pilar dessa democracia nos moldes americanos, a guerra contra o terrorismo vem como instrumento necessário para eliminar os radicalismos e anti-americanismos.

Depois da invasão do Afeganistão e do Iraque, os EUA tem intensificado o alerta de perigo para a democracia ocidental, proveniente dos países componentes do eixo do mal Rogue States , Coréia do Norte, Irã e Síria, mesmo as duas invasões anteriores não terem-se mostrado eficazes no sentido de se apaziguar os conflitos étnicos, fornecendo um ambiente favorável para a democracia representativa diminuindo também a rejeição aos EUA.

Com o anuncio da Coréia do Norte de possuir ogivas nucleares e não viabilizar negociações com a AIEA e os EUA, os americanos adotaram uma postura de negociações mais suave para lidar com o regime Norte-Coreano, uma vez que o regime de Pyongyang anunciou que qualquer tentativa de ataque na península coreana, seria considerado guerra total. Observa-se uma tendência para uma postura semelhante do Irã na condução dos seus interesses na área nuclear, principalmente com a afirmação do recém eleito Mahmoud Ahmadinejad, que afirmou não ser prioritário para o Irã a aproximação aos EUA e que continuará com seu programa nuclear de fins pacíficos.

Essa postura pode forçar os norte-americanos a negociar de forma branda, podendo fazer concessões ao Irã, caso não haja interesse concreto de uma invasão para a democratização desse país. Porém caso haja um real interesse estratégico para essa invasão os EUA teria que reavaliar os seus gastos militares, que giram em torno de 400 milhões de dólares anuais, e as fragilidades da sua economia, que vive aumentos da sua taxa de juros e a expectativa das possibilidades da desvalorização do yuan chinês, que por conseqüência afetaria a compra dos títulos americanos, influenciando perigosamente os déficit gêmeos, podendo ocorrer uma crise econômica de grandes proporções.

Portanto seria um risco assumir uma nova guerra em qualquer lugar, frente as pressões internas ou externas que os EUA eventualmente viria a sofrer.

Dimas Melo Alencar Comunidade Russa de Sp- Círculo Cultural Nadejda

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