OBRIGADO TERRI

A questão se os aparelhos que sustentam a vida da paciente com dano cerebral permanente, Terri Schiavo, devem, ou não serem religados não deveria estar nas mãos da justiça. A eutanásia é uma questão muito delicada e que envolve vários aspectos a serem considerados. Neste caso em particular, a questão deveria ser encerrada eis que os pais de Schiavo não concordam com tal procedimento, devendo o tubbo de alimentração ser reinserido imediatamente. Deve haver um consenso entre os parentes do paciente de que o melhor para o mesmo, é a morte.

No entanto a lei deveria prever um prazo para que o paciente nessas condições permanecesse vivo, pois isto não envolve somente a devoção de alguns parentes quando isto existe. Envolve também uma equipe médica que estará parcialmente devotada a um único paciente para o qual não há perspectiva de melhora de sua condição além de monopolizar um leito de hospital que poderia servir a outro paciente e acima de tudo, envolve o sofrimento e um ser humano condenado a viver por um longo período de tempo catatônico num leito de hospital conectado a aparelhos que se pudesse expressar sua vontade, talvez preferisse a morte.

De qualquer forma, o modo como está sendo executada a eutanásia em Terri Schiavo, é abominável. Remover o tubo de alimentação para que morra de desnutrição, é um procedimento digno de um comandante de campo de concentração nazista.. Há meios mais rápidos e indolores de se causar a morte a uma pessoa, como por exemplo, uma injeção letal que a propósito deveria ser a única forma de execução da pena de morte nos EUA que deveriam abolir as abomináveis cadeiras elétricas e as câmaras de gás.

De qualquer forma, alguns políticos nos EUA estão amando o modo como o caso Schiavo está sendo tratado pela opinião pública, especialmente o presidente George W. Brush que necessita desesperadamente desviar o foco dos problemas internos.tanto quanto possível. É melhor que a atenção do povo esteja focada em outros assuntos diferentemente de taxa de desemprego ou crescimento do déficit.

Por exemplo, o povo norte-americano não se lembra mais da crise libanesa desencadeada pelo assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri e no se importa mais se o exército sírio vai ou não deixar a região, o que significa que Bush não pode usar este fato tanto como usava, ou seja, não pode m,ais ir diante dos microfones exigir que os sírios abandonem o Líbano.

No entanto, para a boa sorte de Bush um novo assunto surgiu envolvendo um caso de uma simples mulher com dano cerebral deitada em uma cama de hospital por quinze anos ecujos parentes estão lutando para que ela continue a viver, ou não. E, uma vez que todo o país está se solidarizando com Terri Schiavo, o presidente não poderia simplesmente, ignorá-la.

O congresso dos EUA, também comovido, aprovou rapidamente uma lei proibindo a eutanásia e o presidente, mais rapidamente ainda, assinou a lei paras agradar a comunidade católica e para proteger a vida. Foi também por isto que Bush não apoiou a pesquisa com células-tronco embrionárias: para proteger a vida.

É interessante, no entanto, que esta vida seja tão preciosa para o presidente Bush mas as vidas de algumas pessoas que vivem a milhares de quilômetros de distância em um outro país, que necessitam se esconder em mesquitas, para fugir aos bombardeios norte-americanos, podem ser destruídas a qualquer tempo, sem remorso e as vidas dos iraquianos que são mortos por trabalhar para as forças de ocupação. A propósito, se os terroristas imaginam que estão de algum modo preocupando Bush com estas ações, estão redondamente enganados. No que concerne a Bush, os insurgentes podem matar quantos iraquianos desejarem.

A propósito, enquanto continua o morticínio n Iraque, Bush deve estar imaginando o quanto seria bom para sua imagem se o juiz que rejeitou o apelo dos pais de Terri Schiavo, o aceitasse, pois assim, ele usaria este fato como uma vitória pessoal, mas infelizmente, ele só poderá usar o casdo por mais alguns dias. Talvez antes de morrer de desnutrição, ocorra um milagre e Terri se recupere do dano cerebral. Para Bush, a esperança é a última que morre.

José Schettini Petrópolis BRASIL

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