A institucionalização da barbárie

Cada vez mais, as guerras tendem à ilegalidade total. Em regra geral, os contendores, ao elegerem o caminho da ignorância, provam sua incapacidade de conviver com as diferenças, infringindo as liberdades essenciais dos seres humanos.

Ninguém reage à toa. De um lado, Bush e Sharon despejam suas bombas de destruição em massa ou seletiva sobre a cabeça de seus inimigos, sem qualquer direito de defesa. Do outro lado, os reagentes se autoexplodem no meio de cidadãos em conluio com os senhores da guerra, igualmente sem qualquer direito de defesa.

Quem está certo? Quem está errado? A lógica de que o vencedor está certo e o perdedor, errado, não atende os padrões aceitáveis de convivência humana. Ambos deveriam voltar a escola e aprender lições básicas de bom comportamento.

Se mesmo assim, continuarem barbarizando, a humanidade deve cobrar e impor o equilíbrio entre as partes.

A triste verdade é que as Nações Unidas perdeu toda credibilidade, ética e bom senso. Em primeiro lugar, o principal integrante da institucionalização da barbárie é o mandatário dos interesses internacionais. Em segundo lugar, as decisões deste clube particular do senhor Bush são permanentemente desrespeitadas tal como Israel vem fazendo, sem qualquer sanção. Em terceiro lugar, as Nações Unidas representa o status quo dos líderes mundiais.

As forças norte-americanas despejaram milhões de toneladas de bombas sobre o Iraque sustentadas sobre mentiras e mais mentiras. Exterminaram mais de dez mil civis. A maioria inocente. Sem qualquer direito de defesa. Isto é terror ou autodefesa?

Israel lançou três mísseis sobre Ahmed Yassin, despedaçando os corpos, sob a acusação de que o cidadão de 67 anos, mesmo sobre sua cadeira de rodas, representava o mais terrível perigo para os judeus. O assassinato seletivo matou outras pessoas. Inclusive crianças. Não houve qualquer direito de defesa. Isto é terror ou autodefesa?

Do outro lado, pessoas que se sentem subjugadas não justificam o ataque ao World Trade Center ou perpetrado em Madri, exterminando inocentes, sem qualquer direito de defesa, a título de restringir a opressão. Vale a mesma pergunta: isto é terror ou autodefesa?

Definitivamente, a humanidade requer uma nova constituição e uma nova formatação.

Ninguém mais aceita um Hitler, uma segunda guerra mundial, um Bush, um Blair, um Sharon, um terrorista.

As instituições atuais têm se mostrado impotentes.

Entre Estados terroristas e terroristas normais, os primeiros ferem violentamente o futuro da humanidade.

A barbárie está institucionalizada. Ninguém vê, ninguém fala, ninguém ouve.

Quem se atreve por limites ao descabimento do senhor Bush, do senhor Blair, do senhor Sharon?

Orquiza, José Roberto E-mail [email protected] ou [email protected]

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