Melhor é mandar vir outra cerveja?!

Todo governo deveria ser medido pelo tamanho da sua ousadia, da sua capacidade de enfrentar e vencer desafios, do seu potencial de realizar o grande sonho nacional, as urgências do seu povo. Assim, o presidente Lula nos revela o exato tamanho do seu governo, representado até aqui pelo crescimento do País sob sua direção: zero. O valor das conquistas isoladas do atual governo nestes 500 dias de gestão lulista pode ser equiparado ao aumento do salário mínimo fixado: uma merreca, uma pechincha, uma mixaria de R$ 16,00. Tudo muito vergonhoso para quem comprou e não pagou pela esperança de um povo.

A única justificativa plausível para a inoperância do governo que foi vencido pelo medo da mudança, é que Lula e pares ficaram bêbados pelo poder, embriagados pela arrogância, e querem apenas ‘viajar’ nas asas da glória, no brilho da festa. Razão disso é o botox na cara de Lula, o fraque de quem veste o ultraje da servidão. Uma pena.

Aos poucos, o governo apátrida de Lula vai sendo cobrado pelo descalabro revelado até aqui, e começa a cair a máscara do partido impoluto. Depois de Waldomiro Diniz, braço direito do ministro José Dirceu, que comissionou privilégios no governo petista, surge debaixo das macas do ministério da Saúde, Luis Cláudio Gomes da Silva. Antigo e dileto amigo do ministro Humberto Costa, Luis Cláudio foi seu braço direito na secretaria da Saúde de Pernambuco e seu tesoureiro durante campanha para governador. Agora revela o braço quebrado pela corrupção no governo do Partido dos Trabalhadores. Tudo muito estranho.

É por estas e outras que o governo começa a registra derrotas em cascatas. Primeiro foi no caso dos Bingos, agora na reeleição das presidências da Câmara e do Senado. Tudo fruto de uma total falta de tato e tino político, coisa que o governo Lula vem insistentemente revelando todos os dias.

A imaturidade deste novo governo é de se espantar. E olha que eles ficaram 25 anos debatendo de forma crítica os governos que se sucederam-se. E agora repetem religiosamente tudo que eles fizeram, merecendo até as considerações do ministro Gilberto Gil, de que ele sabia que o governo de Lula não conseguiria superar os governos de FHC. Ora, se fosse para Lula e asseclas fazerem isso aí, tínhamos uma opção melhor que era o José Serra, a continuação do continuísmo. Sendo assim, segundo as palavras de Gil, o governo Lula conseguiu ser pior que o governo de Fernando Henrique Cardoso, o homem do retrocesso dos 80 anos em oito. Uma lástima.

O vice-presidente, José Alencar, sabendo exatamente para quem FHC governou, denunciou de forma retumbante: "a sabotagem de que o Brasil é vítima é mais conhecida como mercado". É este mercado, este ser invisível, sem nome, casa ou pátria, que define a conduta econômica imposta ao país pela dupla ganibunda de Palocci & Meirelles, a dupla country que ganhou fama e projeção no Planalto Central. A cantiga deles é uma só: amar com toda alma e coração o mercado. Nós é que pagamos pelo pecado deles, que acendem diariamente uma vela para um deus sem face, um deus que lucra com a rapinagem financeira das nações, com a destruição das economias nacionais, com o confisco dos patrimônios públicos, do povo.

Tudo isso, toda esta política antinacional foi fundada e estruturada aqui pelo governo fernandista, o governo que consagrou o caos neoliberal. Lula, diante desta escabrosa realidade política e econômica, não moveu um só dedo contra esta forma ignominiosa de governo. Muito pelo contrário, tornou o seu governo, que era para ser da mudança, em um valhacouto do continuísmo neoliberal que vai a cada dia dilapidando e roubando o País.

É por isso que os sobrinhos do Tio Sam sempre estão tirando uma casquinha da nossa pátria mãe tão gentil. Por que eles nos vêem com os olhos dos grandes patrões, dos que tratam sempre com empregados, do rei que acha que abaixo dos seus pés são todos bobos da corte. Este é o preço que o Brasil e os brasileiros pagam por terem escolhidos ter um governo submisso e servil.

Assim, com os rostos corados pela vergonha, vemos que de gole em gole o Brasil não vai, ou melhor, vai ficando, esperando por uma outra, enquanto o povo descobre que se meteu mesmo foi numa gelada.

Petrônio Souza Gonçalvesé escritor e jornalista e-mail: [email protected]

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