Pergunta sobre rebeldes chechenos

Caro editor, fico muito feliz ao poder ler poder participar de um espaço onde vejo tantas pessoas que pensam numa mesma direção e estão livres da lavagem cerebral da midia ocidental. Gostaria de comentar sobre uma coisa que não entendo com relação aos rebeldes chechenos.

Tomando por base o fato de a Rússia ter sido contra as aventuras de Bush no Afeganistão, no Iraque e com certeza será contra uma possível ação no Irã, o que, na sua opinião faz os rebeldes chechenos verem os russos como inimigos do islã? Uma outra questão. Eu sendo militar tenho ciencia do grandioso potencial bélico da Russia ao contrario do que a midia ocidental tenta nos fazer crer principalmente pelo fato de a Russia fabricar seu proprio armamento e com muita qualidade. Eu pergunto se num caso de guerra em grande escala o pais tem um plano que possa converter sua economia e sua estrutura em favor de uma produção em em massa de equipamentos militares.

Um forte abraço,

Jorge Sautieff

Muito obrigado Jorge

Em primeiro lugar vamos chamar uma espada a uma espada e um terrorista a um terrorista. Por isso vamos chamá-los terroristas e não rebeldes.

A questão dos terroristas chechenos não tem nada a ver com separatismo nem de rebeldes, tem a ver sim com negócios. Há centenas de anos, esses elementos já criavam problemas na região e durante o tempo da União Soviética, esses elementos, como outros criminosos e bandidos, cessaram as suas actividades.

Com o tipo de caos que veio com o governo de Eltsin, e a subsequente falta de orgulho pelo Estado, esses elementos, instigados por subversivos de fora, se levantaram outra vez. Mataram civis, mataram mulheres, mataram crianças.

Beslan é o epitáfio desses elementos. Beslan é o rosto humano do terrorismo checheno e os que os apoiam.

A verdade é que isso é um negócio. Enquanto uns quatro ou cinco por cento do povo checheno entenderem que ganham mais através do terrorismo (e tráfico de drogas, armas, seres humanos e vodka, proteccionismo, etc.) do que ganham a trabalharem no campo, não faz muito sentido eles deixarem o terrorismo e enquanto efectivos nas autoridades russas ganharem dinheiro com a perpetuação da guerra, também faz todo o sentido continuá-la.

Mas temos de lembrar que cerca de 95% da população da Chechenia votaram a favor duma Constituição que coloca esta República dentro da Federação Russa e que votaram a favor dum presidente que representa os interesses dos chechenos dentro da Federação.

Por isso não se pode dizer que os chechenos consideram os russos nem contra eles nem contra o Islão, porque não é verdade. Nem os russos estão contra os chechenos, nem contra o Islão, nem todos os chechenos estão a favor dos terroristas.

É uma questão pura e simplesmente de “biznes”, como se diz na Rússia. Relativamente às forças armadas da Rússia, não desapareceram e está lá todo o material bélico, só que não foi a Rússia a procurar a guerra, estava sempre a favor da paz.

Se os EUA entenderem que é por aí que se vai, muito bem. As forças armadas da Rússia estão aumentando o potencial por financiar um aumento em termos de investimento de cerca de 30%.

Há novas gerações de armas, a Rússia tem já um escudo anti-misseis, tem mísseis que furam qualquer escudo, tem melhor aviação e pilotos e tropas mais bem treinadas e instruídos.

Embora ninguém o quer na Rússia, se quiserem travar uma guerra, que venham. Na linguagem de Camões, nunca houve nenhum filho da puta que vencesse a Rússia numa guerra, e não é agora que isso vai acontecer.

Timothy Bancroft-Hinchey PRAVDA.Ru

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