TUDO NA MAIS PERFEITA NORMALIDADE

O mundo da política geralmente não reserva muitas surpresas, especialmente no Brasil onde tudo é muito previsível, como foi o caso da convocação extraordinária do Congresso seguida pela usual indignação do povo que critica a conduta dos parlamentares; a imprensa que sempre noticia o valor a que cada deputado tem direito e a reação de alguns parlamentares que se mostram indignados, mas o número da cona estará disponível para receber os proventos, devendo se fazer justiça, entretanto, aos quatro parlamentares que se recusaram a receber os mesmos.

È de se compreender, no entanto, a razão desta autoconvocação, pois 2006 será um ano eleitoral e os parlamentares necessitam de um reforço no caixa 1, uma vez que a Justiça Eleitoral estará atenta, ao menos no próximo ano, ao caixa 2, uma vez que os efeitos das afirmações de Delúbio Soares estão muito próximos, alem disso, em 2004 não houve convocação extraordinária e não se pode perder o habIto. Afinal, o que esperar de um porco alem de um grunhido..

Também foi natural a criação pelo governo do País de Todos, de mais de 5 mil cargos, em sua maioria, comissionados, às vésperas de um ano eleitoral, pois segundo as pesquisas, o presidente Lula de todos, está em queda livre nas pesquisas e precisa de apoio que pode ser conseguido com cargos, uma vez que Lula declarou que somente seria candidato para vencer.

A propósito, fala-se muito em aumentar o superávit primário, mas o único a falar da redução do déficit nominal, foi o deputado e ex-Ministro da Fazenda do governo Figueiredo, Antonio Delfim Neto que não é exemplo de condução de política econômica para nenhum governo e que foi chamado por Jô Soares de o ministro que “deu fim ao país”. Reduzir déficit nominal significaria reduzir, por exemplo, de 35 ministérios, o maior em toda a historia, para 12, como foi o ministério de impedido Fernando Collor.

Os parlamentares que apoiaram a autoconvocação, bem como os responsáveis pela criação dos cargos que não seria surpresa se, dentre eles, estivesse o Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, estão cientes de que em menos de dois meses, tudo será esquecido, especialmente, após o Carnaval e não se pode esquecer que no próximo ano, teremos Copa do Mundo de futebol e independentemente de qualquer acontecimento, pode-se sempre contar com a apolitização e a memória curta da maioria do povo brasileiro.

Outro evento em que tudo se mostrou na mais absoluta normalidade foi a reunião da OMC, onde a questão dos subsídios é sempre discutida e, embora o G-20 e o G-33 ou qualquer outro grupo que venha a ser formado por países subdesenvolvidos, esperneie, esbraveje e chore, será sempre o G-7 que dará as cartas. Acordou-se que seriam revistos os subsídios em 2013, mas isto não significa cumprimento, como no exemplo da questão dos subsídios aos produtores de algodão nos EUA, em que o Brasil os “venceu” junto a OMC, mas isto não significou o cumprimento da determinação. Foi uma luta de Davi contra Golias, mas não teve o mesmo final da Bíblia e quem acabou com a “roupa de baixo”, não foi a União Européia.

O que está completamente fora da normalidade são as eleições para o governo de São Paulo em que Orestes Quércia, segundo as pesquisas, aparece na frente de nomes como a ex-prefeita Marta Suplicy e o senador Aloizio Mercadante, o que pode não ser nenhuma surpresa, eis eu ser do PT hoje em dia, mesmo que competente, significa pontos negativos na reputação.

Talvez não seja tão anormal assim, pois na eleição de 2002, Lula despontou como o primeiro colocado nas pesquisas, antes mesmo de iniciada a campanha, porque era o nome mais em evidência, pois já havia disputado 3 eleições presidenciais, o que não era o caso de José Serra que apenas tinha disputado eleições para a prefeitura de São Paulo, mas agora, os ventos mudaram de direção e o desconhecido José Serra se tornou famoso e mesmo com seis meses a frente da Prefeitura de S~çao Paulo, mesmo após conceder um aumento na tarifa de ônibus urbano logo após a posse, era o candidato mais popular e, mesmo que não seja oficialmente candidato à presidência em 2006, o nome José Serra é mais conhecido que o do pré-candidato oficial, Geraldo Alckmin,

O escorregadio Paulo Maluf ao ver o que as pesquisas estão indicando, deve estar imaginando como seria positivo se a sua prisão tivesse sido a mais tempo, pois dessa forma, certamente estaria encabeçando a disputa pelo governo de São Paulo, mas ainda há tempo para Maluf lançar, como seu candidato, o deputado Delfim Neto que graças ao “Déficit Nominal Zero”, depois de anos no esquecimento, está novamente em evidência.

Jose Schettini Petrópolis BRASIL

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