Influência do Kremlin e influência local

Em Abkhazia, Raul Khadzhimba, ex-Primeiro-ministro, contou com o apoio do Kremlin mas no dia 3 de Outubro, perdeu a eleição presidencial desta região separatista da Geórgia, onde muitos dos 340.000 residentes têm passaportes russos.

Por quê? Analistas dizem que os russos enviaram demasiadas figuras públicas para a região, tentando influenciar o voto. No entanto, a verdadeira razão pela derrota de Khadzhimba é bem mais simples: a população está farta de viver na miséria, enquanto os políticos vivem como reis. Presidente Vladislav Ardzinba tinha prometido tirar a população de pobreza mas não conseguiu e Raul Khadzhimba, sendo do círculo próximo do Presidente, pagou o preço mais alto.

Ganha assim o novo Presidente Sergei Bagapsh, com mais que 50% do voto e com o apoio de muitos veteranos da guerra de secessão contra a Geórgia de 1992-1994. Rússia nem precisava de apoiar oficialmente Khadzhimba, pois todos os candidatos (cinco) eram pró-russos (não há maneira da Abkhazia sobreviver sem o apoio da Rússia).

Os analistas agora estão apontando as suas miras políticas para as eleições na Ucrânia em 31 de Outubro, em que o sucessor a Presidente Leonid Kuchma vai ser escolhido. O Kremlin parece favorecer Viktor Yanukovych…mas o ex-Primeiro-ministro Viktor Yushchenko parece favorito entre a população.

Será altura para o Kremlin focar seu interesse na Federação Russa e deixar as populações das ex-Repúblicas da URSS? Ou será que o Kremlin terá de nomear outra equipa de analistas?

Leonid KHOLKOV

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