Sinais de Tempestade

O índice de esperança no futuro da humanidade está cada vez mais comprometido pelo jogo de interesses dos povos.

Alguns pontos ficaram extremamente claros: qualquer nação só conquista sua independência através do domínio da tecnologia nuclear; os países mais poderosos não respeitam os direitos humanos; os tratados e compromissos assinados não valem; os estadistas dominam a mentira e a arte de ludibriar a mídia; o poder judiciário não é independente nem justo, ao contrário, responde a um jogo incrível de forças ocultas; o poder legislativo aprendeu a viver das polpudas gorjetas dos interesses de bastidores; qualquer garantia é circunstancial; os incluídos não querem nem aceitam os excluídos.

Quanto à história, os últimos cento e cinqüenta anos serão estudados como períodos contrastados por forças opostas. Nunca os ricos foram tão ricos e os pobres tão miseráveis. Nunca a humanidade desenvolveu tanto o conhecimento e as pessoas desaprenderam a viver em conjunto. Nunca o interesse particular foi tão predominante e mesquinho. Nunca a humanidade matou seu semelhante de forma tão vil e desumana. Nunca o estado foi tão forte e covarde ocupando países desprotegidos sob mera suspeição, sustentada em mentiras.

Sempre existiram os massacres. Nenhum se compara ao extermínio provocado pelas bombas atômicas despejadas sobre alvos civis, revelando a terrível face de desequilíbrio do poderoso. Hiroshima e Nagasaki constituem os maiores massacres de toda história. A maior parte tem medo de falar deste holocausto praticado pela nação mais poderosa. A maior parte aceita o inaceitável.

Neste cenário dantesco, surge um fio de esperança. Na Ucrânia, o povo exige transparência. No Líbano, o povo quer liberdade contra sírios, americanos, judeus. Na França, o povo derrubou a Bastilha.

As pessoas começam a perceber que os estados poderosos não querem a paz, que as nações unidas servem os interesses dos privilegiados, que os países que lutam pela não proliferação das armas nucleares produzem uma nova geração de artefatos muito mais poderosos, confiáveis, destruidores, que as democracias falsas e mentirosas torturam, desrespeitam, desvalorizam, segregam.

O Planeta Terra precisa com urgência de uma nova constituição composta por todos os povos, em igualdade de condição, sem prerrogativas, representando a humanidade.

O Planeta Terra precisa com urgência de um sistema de equilíbrio capaz de avaliar com justiça a convivência humana.

O Planeta Terra precisa com urgência parar de exterminar uns aos outros, parar de fabricar armas de destruição em massa, compondo uma força de segurança internacional para preservar a paz e o bom relacionamento entre os povos.

O Planeta Terra precisa com urgência preparar os excluídos para se transformarem em incluídos, participantes da sociedade, sem assistencialismo e esmola.

O Planeta Terra precisa com urgência resgatar princípios, valores e crenças aceitos, aprovados e compromissados por todos os povos.

O Planeta Terra precisa com urgência compreender as diversidades, as vivências históricas, as tradições, as culturas sem a imposição de um padrão, respeitando o livre pensar.

Do contrário, a tempestade vem aí.

Orquiza, José Roberto escritor [email protected]

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