O PT nunca foi um partido brasileiro

Espantosa é a mudança de posição de Lula. Mais estranha, ainda, é a sofreguidão com que o seguiu, nessa demonstração de falta de caráter, a tropa de choque do PT. O partido, que havia tido a maior dificuldade em se posicionar quando se tratava de tomar posição a favor do Brasil, não vacilou quando a questão era vender a soberania da pátria. Aliás, o PT nunca foi um partido brasileiro, mas um conjunto de seitas sem nenhuma relação com o nosso país. Uns eram trotsquistas; outros, leninistas; uns marxistas; outros, stalinistas; uns fidelistas; outros maoístas.

Nenhuma dessas tinha qualquer relação com o Brasil. Todos se diziam de um partido dos trabalhadores mas, na verdade, pertenciam a um partido que era integrado por essa mesma elite intelectual que tem inviabilizado o futuro do Brasil pela limitação da sua inteligência.

Só aparentemente, Lula mudou de posição de repente, ao aderir de forma canalha ao FMI - Fundo Monetário Internacional. Essa traição foi longamente preparada. Com bastante antecedência, durante a penúltima campanha para a Presidência, Cristovam Buarque, um dos líderes do partido, havia defendido a idéia da permanência do ministro Pedro Malan no Ministério da Fazenda se Lula fosse eleito. A permanência de Pedro Malan significava a continuidade do projeto liberal, isto é, o projeto da sobrevivência do colonialismo americano.

Lula sempre foi um homem destituído de um ideal político. Disputou a Presidência da República sem ter, antes, formulado um projeto político para o País. Na decorrência do primarismo de sua formação intelectual, não tem idéia do que seja democracia.

A democracia se caracteriza pela luta entre idéias. Aquele que foi eleito para se opor ao projeto neoliberal, que é o projeto do colonialismo americano, e que adere a esse projeto suicida não pode e não deve continuar a trair a pátria.

Não há democracia sem respeito à palavra empenhada. Quem prometeu e não cumpriu deve ser expulso do poder e substituído por quem tenha mais caráter e esteja em condições de honrar a palavra empenhada.

Celso Brant

in Jornal Diário da Tarde 12 de março de 2004.

Jornalista e professor de Direito. Presidente do Movimento "A Nova Inconfidência"

www.novainconfidencia.com.br

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