O poder do medo

A guerraq contra o terrorismo autoriza o extermínio dos povos mais despreparados, permite o controle das mentes da maior parte de humanos, facilita o exercício do poder totalitário, libera a fiscalização de potenciais inimigos bastando simplesmente uma leve suspeição, estimula a produção de armas de destruição em massa a exemplo da bomba nuclear anti-bunker ou da mãe das bombas, facilita imensamente o jogo das conveniências ameaçando retaliações, permite mentiras públicas fantasiosas e por aí afora.

A grande beneficiária da guerra contra o terrorismo é a indústria bélica. Bin Laden e Saddam Hussein são criações importantes. Afinal é necessária a personificação dos principais inimigos do mundo. Um vive nas cavernas do Afeganistão. O outro se esconde embaixo dos olhos dos invasores utilizando sua capa de invisibilidade. De reais passaram a irreais. De mortais passaram a fantasmas. São loucos, sanguinários, de máxima periculosidade.

Ambos utilizam tecnologia de ponta, roubada dos próprios norte-americanos. Por isso conseguem fugir antes das bombas de destruição em massa. Seus dias estão contados. A bomba anti-bunker produz um terremoto subterrâneo catastrófico. Não vai sobrar nada. Mesmo que existam efeitos colaterais para o planeta terra. Fantasia? História em quadrinhos? Não é. É a realidade. Quanto dinheiro a indústria armamentista ganhou após o 11 de setembro?

Todo o estoque despejado sobre o Afeganistão e o Iraque precisa obrigatoriamente ser reposto. Todos os aparatos de segurança prévia estão em alta elevada. Todos os projetos impensáveis estão aprovados. O mundo gasta milhões de vezes mais na arte de matar seres humanos que na arte de resgatar princípios, valores, compromissos. Parece um contra-senso?

Não é. É a realidade. É fácil alimentar a indústria do terror. Basta alertar a mídia sobre uma possível onda de novos atentados. Ninguém sabe onde, quando e como eles vão ocorrer. É importante permanecer alerta e temeroso. Todo lugar é perigoso. Ninguém está seguro enquanto os senhores do mal não forem eliminados. A psicologia do medo libera os defensores de qualquer compromisso ético ou legal. Esquizofrenia?

Não é. É a realidade. Existem unicamente dois caminhos: um leva para o bem; outro para o mal. O bem foi comprado por Bush, Blair, Aznar, Sharon. O mal está com todo mundo que não se alinha com o bem. Bush garante que seus inimigos vão pagar caro essa liberdade de expressão. Você está assustado? É bom sinal. Esta é a resposta desejada. A dicotomia de raciocínio é bárbara? Não é. É a realidade. O poder do medo é fantástico.

Quando o inimigo é o próprio ser humano, quando a luta é pelo extermínio dos desgraçados, quando a vida ganha sentido com a morte do semelhante, estejam certos: estamos praticando a antropofagia. Muito mais avançada que a dos canibais. Eles comiam a carne dos inimigos. Os antropófagos modernos comem o espírito. É muito mais sofisticado? Não é. É a realidade. Recomenda-se a leitura do “Planeta Louco”.

Orquiza, José Roberto

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