TORTURA NO ESPAÇO

Dois veículos de grande alcance na mídia norte-americana, o 60 Minutes da CBS e o The New York Times revelaram a utilização do Boeing 737 utilizado pela CIA – Central Intelligence Agency, para torturar os inimigos da América sem incorrer na legislação internacional.

As torturas foram realizadas no espaço aéreo internacional, sem uma jurisdição física. A aeronave voa desde o 11 de Setembro de 2001. Utiliza bases no Marrocos, no Egito, na Líbia, na Baía de Guantânamo e no Uzbequistão.

Fica estacionada em Glasgow, no Reino Unido.

Neste período, realizou mais de 600 missões, incluindo 30 viagens para a Jordânia, 19 para o Afeganistão e 17 para o Marrocos.

As viagens são maravilhosas. Lembram a Idade Média quando os senhores feudais torturavam seus inimigos nos subsolos, utilizando as mais fantásticas máquinas de tortura.

Estas viagens contam com a ciência do presidente Bush e das altas autoridades de seu país. Os militares que realizam tais nobres tarefas justificam-se alegando a defesa do cidadão norte-americano como se o planeta fosse ocupado por duas raças: o povo da América e os indesejados demais ocupantes do planeta.

Um fato deste alcance faz inveja a qualquer bandido das histórias de quadrinhos. Prova o desrespeito humano, a artimanha da maldade, a inconsistência de personalidade, revelando um comportamento terrivelmente doentio.

Para a América tudo é válido desde que seja capaz de defender seus interesses do resto do mundo. Fora dos Estados Unidos estão os extra-terráqueos.

O embaixador britânico no Uzbequistão, Craig Murray, transmitiu estas informações para seus superiores, questionando a responsabilidade da CIA.

O fato é vergonhoso e absurdo.

A grave suspeita é que o eixo do mal está voltando contra seu próprio criador.

Nesta altura dos acontecimentos, a invasão do Iraque sem qualquer embasamento legal, se transforma em um crime brutal contra a humanidade. O Iraque já estava controlado pelos norte-americanos e britânicos. Estava isolado do resto do mundo. E as suspeitas de armas de destruição em massa não passavam de homéricas mentiras.

Todas as vidas tiradas, todas as propriedades destruídas, todas as riquezas apoderadas devem ser devolvidas para restabelecer a justiça e a credibilidade nas instituições comprometidas que ainda permitem uma esperança de vida sensata, equilibrada, madura, justa.

O avião da tortura mostra a criatividade da América. Certamente é um pedaço da grande maldade que se comete intencionalmente, engendrada para ludibriar os códigos de ética aprovados pelos próprios donos do mundo.

Os americanos denunciam os ditadores, a violação dos direitos humanos, os desrespeitos aos valores da mulher e farisaicamente agem ao contrário.

Sem impunidade, Bush, Blair e as altas autoridades envolvidas estariam respondendo por seus atos inconseqüentes, tão desumanos como qualquer holocausto.

Os algozes deveriam voar no Boeing 737 da CIA com direito ao melhor tratamento VIP.

A verdade mais cedo ou tarde, brota com toda sua força.

Orquiza, José Roberto escritor [email protected]

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