A Política Externa dos Estados Unidos – uma mistura de estupidez e arrogância

Sob o regime de George W. Bush, Washigton não para de chocar o mundo com seu hábito de consistentemente dar tiros nos próprios pés. Depois de convidar a comunidade internacional a ajudar na reconstrução do Iraque, convite que logicamente não foi aceite, porque Washington decidiu agir sem o consenso desta comunidade, os EUA decidiram disponibilizar os contratos para a reconstrução do Iraque, no valor de 18,6 bilhões de USD, só para os países envolvidos na coligação que efectuou a invasão ilegal de Iraque.

Para um país que acabou de ser descoberto a forjar documentos, inventando mentiras e quebrando todas as normas de lei e práticas de diplomacia, Washington parece obcecado na procura de ter o regime mais odiado no planeta.

Washington não usa diplomacia, debate e discussão na sua política externa mas sim, força, ameaças, suborno e engodo. “Se um país quer contribuir as suas forças no Iraque...eles iriam imediatamente ser eligiveis para esta consideração (os contratos)”, disse Larry Di Rita, porta-voz do Pentágono, à imprensa.

O método de diplomacia do tipo “cenoura e pau” pode funcionar bem em Washington mas no mundo civilizado, no mundo que segue as normas de diplomacia internacional e baseia sua política externa nos foruns de debate apropriados, respeitando a Carta da ONU, tais práticas e tais atitudes parecem beligerantes, confrontacionais e inteiramente inaceitaveis.

Embora um segundo grupo de contratos no valor de 13 bilhões de USD está disponivel para os países que não apoiavam a guerra, numa conferência internacional de doadores em Madrid, o hábito de dividir a comunidade internacional na mesma filosofia que “Se não estiver connosco, é contra nós”, cria mau ambiente no seio da comunidade, porque nem os Estados Unidos da América, nem qualquer outro estado, tem o direito legal ou moral para ditar os seus termos aos restantes membros desta comunidade duma posição de superioridade.

Ainda por cima, o pedido feito por Washington a Moscovo, que a Federação Russa perdoa a dívida do Iraque, que atinge 120 bilhões de USD, vai do mau ao absurdo. Esse pedido ridículo recebeu a resposta que merece, Igor Ivanov, o Ministro de Defesa da Federação Russa, declarando que o Iraque não é um país pobre e que “A Rússia não perdoará a dívida”.

George W. Bush e seu regime caminham na direcção de total isolamento da opinião pública mundial. Precisamente quando a comunidade internacional tenta unir-se, Washington divide. Presicamente quando o mundo tenta encontrar um terreno comum através dum processo de debate, de discussão e de diálogo, os preceitos básicos de democracia, Washington vira as costas ao Conselho de Segurança da ONU, se lança num ataque selvática contra uma nação soberana, aponta como alvos a infra-estrutura civil do país, que destroi num acto de pura chacina, assassinando dezenas de milhares de pessoas inocentes. Forja documentos. Mente.

Agora é que se vê o verdadeiro estofo de Washington. Depois das mentiras, dos documentos forjados, do assassínio em grande escala, vemos o Halliburton, a antiga companhia de Richard Cheney, a ganhar o contrato – exclusivo – de transporte de petróleo de Kuwait para o Iraque, a mais do que o dobro do custo das outras firmas concorrentes. Quanto mais contratos vai ganhar o Halliburton, depois da exclusão unilateral de Washington de membros soberanos da comunidade internacional?

Washington não tem o direito de decidir o que acontece no Iraque, tal como não teve o direito de o atacar fora da autoridade do Conselho de Segurança da ONU. Até que este processo da gestão da crise no Iraque for entregue a esta organização, as acções de Washington nesta área não terão qualquer validade, nem base legal, nem deve a comunidade internacional levantar um dedo para contribuir para estes actos ilegais. Que sejam os contribuintes norte-americanos a pagar dezenas de bilhões de dólares do seu dinheiro, a ver por quanto tempo sustentam esse regime.

Washington age como um assassino, um mentiroso, um patife, um ladrão, o verdadeiro estado pariá na comunidade internacional.

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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