Os doentes assumidos

Nos escondidos do planeta continuam praticando atos fantásticos que desafiam qualquer cineasta mais criativo. Perante o mundo, o pedido de desculpas não passa de um absurdo jogo de cena.

A partir de um ponto, os direitos humanos não existem. Se Hitler cremava seus prisioneiros, Bush e Blair mandam sodomizar os iraquianos na cara do mundo inteiro. Depois, pousam de bons senhores.

Talvez existam atenuantes. São os donos do mundo. Possuem todas as armas de destruição em massa. Conhecem todos os métodos para sufocar idéias contrárias.

Suas sociedades vivem higienizadas. E certamente são muito mais puras, superiores, inteligentes. Não fica bem se misturarem com a gentalha do mundo.

Em Guantânamo, Bush deu aulas para o mundo. Transformou homens em lacaios.

Criou legalidade fora dos Estados Unidos para agir impunemente. Foi brilhante.

As razões para invadir o Iraque foram incomparáveis. Tudo se baseou em uma hipótese de suspeita. Mais tarde descobriram que não havia motivo para tais suspeitas. Era tarde. Já tinham exterminado mais de dez mil, além de destruir tudo que fora possível.

Pretendem a paz. Pretendem a justiça. Pretendem a democracia. Do outro lado, pretendem liberdade.

De fato, o mundo está muito doente. Esta doença leva à loucura. Qual é o tratamento? Aceitar a doutrina do lado bom. Logicamente entende-se o lado de Bush e Blair. Ou o lado do poder.

O que é poder? É a capacidade de fazer as pessoas entenderem, por bem ou mal, quais são as regras que devem ser obedecidas.

É possível discordar? Boa parte do mundo discute este tema.

Se para Bush e Blair tudo é possível, inclusive o impossível, como, por exemplo, invadir qualquer país a título de suspeita, mesmo que infundada, se os direitos humanos são válidos apenas para constarem no papel, se a justiça e paz pretendidas dependem de quanto poder está por trás dos interesses, o que o mundo pode esperar do futuro?

Na verdade tudo se resume em uma questão econômica. Os donos do poder cobram a reciprocidade que pode ser manifestada em petróleo, em concordância política, em compreender as ações do império, enfim.

Definitivamente está na hora do planeta repensar sua constituição, discutindo os princípios, os valores, os desafios, os direitos e responsabilidades.

Ou está na hora de alterar o nome do planeta para Hospital Terra.

Orquiza, José Roberto, escritor, [email protected]

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