A liberdade escrava dos donos do poder

O papel da coalizão no Iraque revela verdades contundentes: o povo iraquiano não aceita a invasão; a ocupação constitui um gritante e flagrante delito ao direito internacional; as Nações Unidas e órgãos similares são incapazes de exigir o retorno à legalidade tal como se portou perante a mortandade ocorrida dez anos atrás em Ruanda; a liberdade escrava é real e absurda.

Mesmo assim, a insensatez dos donos do poder continua predominando através de atos dantescos. A desproporção da bomba de alto poder de destruição, pesando 225 quilos, orientada por laser, e lançada sobre uma mesquita mostra a dimensão do principal perigo do verdadeiro terrorismo que afeta a humanidade. Para os donos do poder, não existe diferença entre uma bomba de 225 quilos e outra de toneladas e mais toneladas. Se uma extermina 40 cidadãos e a outra 4 bilhões, a insanidade do terror é a mesma. Vivemos momentos de extrema gravidade. Não está em risco a segurança dos norte-americanos, ingleses, espanhóis, italianos, japoneses ou australianos.

Está em risco a própria humanidade, principalmente quando os seres semelhantes se permitem o direito de matar, assassinar, exterminar, arrasar antes de dialogar, analisar, compreender, conversar, trocar informações, avaliar a diversidade de visão.

A defesa da liberdade escrava é algo horripilante. Se você fizer o que eu quero e mando, está tudo bem. Se você não estiver do lado do bem, que é o meu lado, você vai suportar as conseqüências. Esta é a filosofia bushiniana.

Os excluídos clamam por liberdade. Os incluídos espoliam os mais fracos, menos preparados.

De um lado, a bomba lançada é extraordinariamente mortífera, pesando 225 quilos, mais que o dobro dos 100 quilos utilizados no terror espanhol do 11 de março. Do outro lado, lançam pedras ou se auto-imolam transvertidos em bombas humanas.

A história está repleta destes exemplos.

Os infelizes sempre vencem a insanidade dos pretensos donos da verdade e do poder.

O enredo é muito conhecido: o fraco apanha, apanha, apanha e sofre as mais terríveis perseguições. O forte faz de tudo para esmagar, exterminar, como se pudesse fazer com que a humanidade parasse de pensar. As ações de extermínio são prolongadas.

No final, a teoria da liberdade escrava cai por si só.

A humanidade, definitivamente, precisa estabelecer um modus vivendi muito mais equilibrado e maduro.

Orquiza, José Roberto escritor, [email protected]

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