A nobreza dos sonhos dos homens

 

A greve de fome é um direito nobre da humanidade. Homens maiores sempre recorreram a ela para comungaram com o que estava acima de nós. Cristã, budista e sagrada, a greve de fome vem alimentando há muito os corações e os sonhos de toda Humanidade.

Jesus Cristo, vivendo no deserto de homens e ideais, descobriu que nem só de pão vive o homem. Depois, voltou, fermentado em luz e amor para revelar aos seus que o sacrifico é, sobretudo, libertador. Estava tocado por toda luz que emana do Senhor. Até hoje, sua vida ilumina os caminhos de muitos, dos que estão distante de tudo e de todos.

Na Índia, Mohandas Karamchand Gandhi, a grande alma que parou o mar da injustiça para seu povo passar, deu aos indianos suas palavras, sua sabedoria, para seu povo beber e ser fartar de conhecimento e sabedoria. Pelo silêncio de suas greves de fome, falou alto a todos os corações, a todas as almas. Fez revoluções surdas, verdadeiras e conscientizadoras.

No Brasil, o frei Luís Flávio Capio, antevendo o martírio a que seria submetido o seu povo e o Rio São Francisco, por meio da transposição da negligência publica, deu seu sacrifício, sua fome, para não faltar vida e comida aos que vivem às margens do rio e às margens da história.

Até aqui, a greve de fome foi o instrumento nobre daqueles que não acreditavam na greve da Justiça, na greve da verdade, na greve dos sonhos. Foi por meio do silêncio de suas ações que os homens se tornaram santos, vozes caladas dos verdadeiros desígnios de Deus.

Agora, assistimos pelas telas das tvs a pirraça de um garotinho, que com o mesmo respeito que trata suas coisas, usa o direito nobre da greve de fome em benefício próprio. Até então, a greve de fome sempre foi usada para um fim. Mas para o político Garotinho ela é um meio para se afastar, para se distanciar dos seus problemas, para fazer barulho e alarde. Um equivoco!

Não sabe o pré-candidato à presidência da República Garotinho que a palavra candidato vem de candura, de pureza, de nobreza. Ela era usada no início da nossa história para apontar a quem era puro de alma e coração em uma sociedade, para assim poder conquistar o direito de governar a vida dos seus.

Não podemos tratar as nossas coisas maiores como se fossem brincadeiras. Não podemos ser infantis com as coisas que tornam os homens e a Humanidade maiores. Maiores e melhores.

Petrônio Souza Gonçalves

jornalista e escritor

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