Violência contra a mulher

A violência contra a mulher está sendo um tema bem mais abrangente e consequentemente mais divulgado, se comparado a tempos atrás, onde tudo era feito para que fatos como estes não fossem divulgados por nenhum meio de comunicação. Um exemplo que sempre me impressionou é que o comportamento dessas mulheres, em sua maioria se colocam paradoxalmente num contexto histórico e social onde são prejudicadas por pré-conceitos e nada fazem. Então seria a hora de estar levantando questões e problematizando-as de modo que possam refletir sobre isto, agindo assim, com mais firmeza e coragem, confrontando o agressor e não demonstrando no seu âmbito, que são mais frágeis, porque atrás de toda fragilidade há sempre uma grande mulher. Há exemplos de mulheres que são limitadas a uma vida rotineira em casa, porque na maioria das vezes, não obteram oportunidades de estudar. Em muitos casos a mulher se sente marginalizada sendo que, muitas vezes submissa ao seu companheiro. Na maioria dos casos, as diferenças socioeconômicas e culturais que infelizmente afligem toda uma sociedade interfere muito, devido ao fato de estar-se vivenciando uma época ao qual se dá muito valor a situações e posições que não mereçam. Pois os pequenos são sempre subjacentes aos grandes, que sempre acabam por dominá-los. É necessário estar questionando como essas mulheres conseguem viver nas fímbrias do atual sistema, a qual é tão significante e acabam por se instalarem em frestas sociais através de muita astúcia, lutando contra todas as repressões sofridas. As mulheres sofrem muitos pré-conceitos perante uma sociedade ainda machista, sendo que as mulheres sempre estiveram presentes nas diversas lutas dos trabalhadores no passado, mas o que aconteceu foi que elas não foram objeto e sujeito de pesquisa históricas, assim participaram a seu modo. Principalmente nos dias atuais, onde ainda existe muito pré-conceito contra a mulher em relação a sua capacidade de conduzir seu trabalho, inteligência, seu modo de pensar e agir. Mas a verdade é que a mulher ainda se sente com medo de enfrentar os problemas. Dentro deste contexto, é que se encontram muitas dificuldades ao fazer uma história das mulheres, devido ao pré-conceito ou até mesmo pelo próprio medo, deixam de lutar pela sua própria dignidade. Porém não é correto generalizar este conceito por haver diversas formas de lutar e manifestar-se contra um determinado fato, através da própria realidade, com base no próprio estilo da pessoa. Por mais que a vida alude dificuldades e problemas a serem enfrentados, o companheiro deve sempre unir-se à sua mulher e não agredi-la, pois fazendo o mesmo só estará dificultando a situação que está vivenciando. Mas não é porque a situação esta ruín é que se vai sair batendo em sua mulher, agredindo e humilhando-a, ao contrário, é nesses momentos de dificuldades que deveriam se unir e enfrentar os problemas juntos. E a partir desses acontecimentos é que percebemos que esses fatos ocorrem principalmente em famílias que possuem pouca estrutura e condições de vida menos favoráveis. Ou seja, é mais visível a violência contra a mulher em regiões onde a estrutura é mais precária, mas a violência também ocorre em famílias mais estruturadas financeiramente e socialmente, só que é menos perceptível, porque quando isto ocorre, as mulheres se separam e seguem suas vidas. Já as outras mulheres, em sua maioria, não se separam por medo do companheiro e por não terem condições de se sustentarem sozinhos. Mas isto não se pode afirmar que em todos os lugares seja assim, pois em um relatório estatístico referente à violência contra a mulher, feita pela Comissão da Mulher Advogada da OAB – SP mostrou que o agressor como a agredida: Não tem classe social determinada. Então podemos dizer com certeza que não é somente com as mulheres mais pobres que isso acontece, pois a violência não escolhe classe social. É claro, que a violência contra a mulher, não escolhe classe social. Observa-se que o abuso por parte do marido/companheiro é uma das formas mais comuns em muitos paises. Mas nem todas as agressões deixam marcas físicas, pois essas são as piores, tais como: ofensas verbais e morais, que provocam dores imensas, a humilhação, o abandono, torturas, acarretam uma morte acentuada dia após dia na mulher. Mas é necessário e direito de todos exigirem Leis severas e firmes de nosso Governo. E foi a partir de toda uma análise que a OAB através de uma Comissão da Mulher Advogada realizou, divulgaram um relatório estatístico referente à violência contra a mulher, dados estes que foram elaborados com base em boletins de ocorrências que foram registrados nas inúmeras Delegacias do Estado de São Paulo e o resultado foi assustador, pois a violência contra a mulher vem aumentando dia após dia e vai continuar se providências não forem tomadas para que esta situação seja contornada. É também perceptível a constatação do silêncio quando se trata do assunto de violência, as vítimas se fecham e ficam inseguras, devido ao medo, a falta de segurança. A mágoa e a raiva são sintomas que ficam explícitos nas mulheres, devido ao fato da humilhação que passam em suas vidas, prejudicando assim sua perspectiva de vida, porque essas mulheres acham que de certa forma sua vida acabou, por isso é necessário que haja uma orientação para essas mulheres, mas no Estado de São Paulo as condições de trabalho e assistência a essas mulheres são poucas, havendo poucos abrigos, onde as mesmas deveriam ir logo após a agressão sofrida, já o Estado de Goiás, especificamente a cidade de Goiânia obtém condições favoráveis para o trabalho da polícia a favor das mulheres, possuindo um excelente trabalho de assistência à essas mulheres. O medo de falar, de sofrer novamente uma outra agressão, faz com que essa mulher carregue consigo um pavor, uma angústia. O homem muitas vezes não aceita que a mulher reaja à violência, que ela haja de igual para igual, que ela não seja um objeto, na qual ele possa dominá-la. Passam então a se questionar o porquê isso acontece em sua vida? O que pode ser feito para que isto não ocorra mais? Como será sua vida? Questões estas que passam a ser preocupações constantes em suas vidas. A ocultação do crime sofrido, na maioria dos casos dificulta muito o trabalho da polícia e mesmo a vida das próprias mulheres, pois ela passa a viver sempre margeada de medo e vergonha, perdendo seu amor próprio. É onde se é possível relacionar esses fatos com a memória. A memória é todo um processo que conduzimos em nossa mente, são fatos vivenciados, pois tanto os seres humanos quanto os documentos vão se perdendo e sendo esquecidos, na maioria das vezes por vontade própria e por falta de iniciativa das autoridades em preservar esses documentos. No Fórum e nas delegacias os boletins de ocorrências são queimados a cada cinco anos e isto tudo é história, história essa que está sendo queimada, como se nada disto fizesse importância em nossa vida. É necessário que alguma providência seja tomada, para que haja a conservação destes documentos que são importantes para nossa história, por serem fatos que ocorrem em nossa região, mas que por atrás de todas essas agressões, estão envolvidos problemas socioeconômicos e culturais, pré-conceitos... A cultura brasileira diz que uma mulher separada, é uma mulher fracassada, que não conseguiu vencer na vida, por isso a mulher vítima da agressão na maioria dos casos não quer se separar e prefere suportar inúmeras agressões. O número de agressões, como já foi citado, vem aumentando a cada dia, causando enormes preocupações, mas para que isso não ocorra mais é necessário que a mulher passe a se valorizar mais e não pare somente no boletim de ocorrência, mas que faça valer e tenha uma resposta jurídica, obtendo uma punição descente e não que: Os nossos juízes mandam o agressor pagar uma cesta básica. É revoltante observar tudo isso e ver que o agressor bata, humilhe sua mulher, acabe com sua vida, seus sonhos e pague com cestas básicas que na realidade, isso não é uma punição, é sim uma vergonha. Uma cesta básica hoje em dia custa em média R$ 60, 00, então nos questionamos toda essa violência sofrida é punida de uma forma tão banal e medíocre? Uma violência é tão barata assim? Por quê? Será que o agressor não mereça ir preso? Tudo isso é muito revoltoso, mas às vezes se torna tudo em vão, porque as próprias vítimas não tomam atitude para que esta situação mude. Mas a justiça brasileira também precisa modificar suas leis urgentemente, pois é sempre questionado o fato de não favorecer totalmente a mulher, devido ao processo todo de cumprimento dos mesmos. A justiça também é muito lenta, precisamos de mais agilidade. Atualmente a lei é muito boa, bonita, mas no papel, porque quando se trata de fazer valer as leis, isto não acontece. Então seria a hora de estarmos questionando o porque? Mas o que não nos conformamos e questionamos até hoje é porque a mulher vivenciando tudo isto, agüentando agressões, sofrendo humilhações, não vai em busca de ajuda, às vezes por medo ou receio e vergonha, é necessário frizar que isto precisa mudar. A mulher tem que fazer valer os seus direitos, lutar pelo mínimo de dignidade. Pois se não houver essa agressões aumentem. Então é necessário refletir que vivemos em um país com muitas desigualdades, onde as mulheres, principalmente as que possuem uma vida mais simples, são as mais prejudicadas. À medida que as mulheres vão vencendo obstáculos, lutando por seus direitos e compreendendo que, quando agredidas, devem procurar ajuda em delegacias especializadas. Percebendo que, não estão sozinhas, que devem superar seus medos para que assim, possam tomar uma atitude. Deixando de pensar um pouco em seu companheiro e passando a pensar em si própria, se valorizando como um ser humano, que tem sentimentos, idéias e vontades próprias. Para Refletir: O mais intrigante é que sempre ocorre um fato mais importante que a violência contra a mulher a ser passado e discutido pela mídia e pela sociedade. O que vem a prejudicar muito, pois vivemos em uma época onde o esquecimento faz parte do cotidiano.

Ana Paula Ciampone [email protected]

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