A crise na Ucrânia desintegrou a "TROIKA" EUA-UE-RÚSSIA

Em semanas da oposição política por causa dos resultados das eleições presidenciais na Ucrânia, Moscovo, Bruxelas e Washington emergiram num remoinho diplomático de discursos irritados e declarações contraditórias.

A primeira falha foi cometida pela Rússia - a sua estratégia de apostar nas contradições entre a UE e os Estados Unidos fracassou. O facto de Vladimir Putin ter rejeitado as afirmações sobre as falsificações em massa durante as eleições na Ucrânia e apoiado abertamente o candidato pró-presidencial afastou de Moscovo todos os seus amigos no Ocidente. A Rússia, abandonada por todos, ficou de um lado das barricadas ucranianas e o Ocidente, como nunca coeso, - do outro.

A cisão entre o Oriente e o Ocidente levou a uma situação explosiva na cimeira da OSCE, decorrida nesta semana na capital búlgara, porque o trabalho dos observadores desta organização internacional contribuiu em muito para marcar a repetição da votação na Ucrânia para 26 de Dezembro. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Federação Russa, Serguei Lavrov, declarou que a OSCE precisa de uma reconstrução radical e criticou duramente a "prática prejudicial de padrões duplos" em relação às eleições. O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, reagiu às palavras do seu colega com as críticas acesas, não características para ele, em relação à linha política da Rússia.

Os debates acalorados reflectem diferentes posições das partes. Aquilo que a Rússia classifica como seus interesses nacionais, o Ocidente chama de imperialismo. A Rússia não revela qualquer interesse pelas candidaturas de pretendentes à cadeira presidencial, digamos, no México, por quê, então, os Estados Unidos intervêm nos processos políticos que decorrem na Geórgia ou Ucrânia? Por quê as falsificações nas eleições no Afeganistão não impediram que a criatura dos Estados Unidos, Hamid Karzai, se tornasse presidente daquele país?

O Ocidente afirma que defende a liberdade de opção e que a Rússia, por seu lado, não propõe qualquer alternativa moral. Contudo, os russos consideram que todas as variantes que esta opção supõe são inicialmente armadas. Ainda será necessário convencê-los do contrário. E se as respectivas provas não forem apresentadas, os acontecimentos na Ucrânia continuarão a levar à perda de confiança dos russos na democracia e não ao contrário.

Angela Charlton especialmente para a RIA "Novosti"

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