CULTO À VIDA

Viver é sabedoria. É conseguir falar e ouvir, ouvir e falar. É conseguir compreender a diversidade. É conseguir o equilíbrio antes da loucura.

Viver é descobrir valores, princípios, crenças que transformam a existência em um ato de fé verdadeiro, centrado na união, respeito e valorização da própria vida.

Viver é exaurir a perfeição e imperfeição, a realização e frustração, o amor e ódio, a paz e guerra, e antes da covardia, barbárie ou prepotência, permitir o julgamento, a análise, a orientação.

Viver é libertar a alegria que as pessoas prendem em seus corações. É soltar o espírito de criança, sufocado pela grande competição entre vencedores e perdedores.

É complicado aprender a viver. A maioria cai da vida. Transforma ilusões e fantasias em um jogo de ganha-ganha.

Enquanto a humanidade adotar o egoísmo, o individualismo, o interesse pessoal, e buscar o usufruto momentâneo, mesquinho e circunstancial, a vida será como uma chama quase se esvaindo.

Enquanto predominar a superioridade dos povos preocupados em juntar riquezas materiais, cada vez mais, provando desvios comportamentais doentios, a vida se reduz a um terrível pragmatismo, sem sabor.

Viver é exercer a inteligência e descobrir novos horizontes, novas perspectivas, novas visões.

Quando um povo produz uma arma para matar o outro, sobrepujando sua força, império e domínio, é sinal de pura barbárie.

Quando um povo quer fazer de seu aprendizado um padrão para os demais, confundindo a dimensão da história coexistida, é sinal de perda importante de capacidade vital.

Quando um povo banaliza a vida, transformando a morte em uma conseqüência inconseqüente, é sinal de retrocesso.

Quando um povo julga o outro com base em seu exclusivo interesse e sobrepõe toda justiça à sua ordem, quando um povo impõe um caminho através da força, quando um povo compra a liberdade sentenciando sem qualquer direito de defesa, é sinal de que a vida corre perigo.

Nenhum povo pode invadir o outro, destruindo seus sonhos, esperanças, vidas.

Nenhum povo pode perder o senso de conjunto, de humanidade, de futuro, sob pena de comprometer a maior riqueza de todas: a vida que nos foi concedida de graça.

Mais que todas as riquezas alcançadas para permitir o máximo conforto, mais que todo ouro do mundo, branco, preto, amarelo, existem riquezas que só são conquistadas pelos que aprendem a viver com verdade.

Como é possível mostrar esses valores?

Descobrindo o prazer de viver.

A humanidade possui capacidade para destruir e construir. Tudo depende da sensibilidade emocional perante a vida. É muito mais fácil destruir, exterminar, arrasar, aniquilar, dominar. É muito mais difícil vivenciar a vida. E construir.

A vida é uma dádiva. Frágil.

Por isso, é importante ser bem vivida.

Orquiza, José Roberto escritor [email protected]

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