NA ERA DO TACAPE

Não faz diferença se as armas são mais sofisticadas e mortíferas.

O resultado é o mesmo: o homem mata o próprio homem. Trata-se de um desequilíbrio psicológico, emocional, importante, difícil de ser explicado.

O terrível é quando o governante, em nome dos bons cidadãos, sai pelo mundo exterminando seus próprios semelhantes, a bel prazer, protegidos pela hipocrisia das nações unidas ou dos conselhos superiores de senadores, deputados, juristas.

Todo exterminador oficial se louva em argumentos de grande racionalidade, servindo-se de justificativas extraordinárias.

Os homens não conseguem conversar e se entender.

O mais forte aceita apenas a imposição.

É absurdo o uso da força bruta. É mais absurdo o consentimento tácito dos humanos, que aceitam a era do tacape.

Ao invés de sentar frente a frente e com maturidade, grandeza, capacidade de compreensão, esclarecer as divergências, propor caminhos de bom senso, ou estabelecer parâmetros de convivência civilizada, o caminho é outro: a exterminação do mais fraco.

E a humanidade vai continuar assim mesmo, cada vez mais desumana, mais antropófaga, mais bárbara.

Cansa pensar. Cansa conversar. Cansa ouvir. Cansa entender. É mais simples matar. Como se os homens se reduzissem a insetos desprezíveis.

Os franceses estão na Costa do Marfim para promover a estabilidade e o desenvolvimento social, econômico, político, humano. Ao contrário, elegem a era do tacape para demonstrar o poder. Exterminam sob a proteção das nações unidas. A quantidade de exterminados não faz diferença. Parece que defendem a democracia.

Os norte-americanos fazem o mesmo no Iraque. Os judeus repetem a lição com exagerada sabedoria.

Quem sabe matar?

Quem é o melhor exterminador de humanos?

Em qualquer lugar do planeta ainda predomina a era do tacape.

O nível de aceitabilidade de diversidades é zero. Não se pode discordar. Não se podem propor liberdades quando elas afetam o status quo dos poderosos.

Está na hora do planeta terra avaliar uma nova constituição. Melhor. Já passou da hora.

No livro “Planeta Louco” proponho desafios a serem vencidos, princípios, crenças e valores a serem observados, e finalmente, direitos a serem considerados.

Enquanto a humanidade tem medo de pensar, honramos a era do tacape.

A regra é simples: exterminem todos discordantes, mesmo que surjam novos e novos discordantes.

A fórmula é mais intrigante: através do uso de bombas de destruição em massa aparentemente tão combatidas pelos senhores do mundo.

Moral da história: quem pode mais, mata mais.

Salve-se quem puder. O diabo do homem saiu do inferno.

Orquiza, José Roberto, escritor, [email protected]

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