Tortura…que divertido!

Não surpreenderá ninguém que soldados que servem o regime de Bush consideraram que a tortura sistemática de prisioneiros de guerra era “divertido”, “não era assim grande coisa”, “foi para libertar as nossas frustrações”, “foi uma brincadeira”.

A cara da grande heroina americana, a soldado praça Lynndie England, cigarro pendurado do canto da boca, os dedos polegares dando o sinal OK, quando foi fotografada em pé ao lado ou por cima dum monte de seres humanos aterrorizados e abusados fizeram desta....senhora?...das pessoas mais odiadas na face da Terra, fora dos Estados Unidos da América, é claro. Lá dentro é pintada como vítima. Se esforçar prisioneiros a chupar os pénis uns aos outros, cometer actos de sodomia, tirar as roupas das pessoas e fazê-las formar montes de corpos, privá-los de sono, esforçá-los a sofrerem “mudanças de dieta” (Comer carne de porco? Beber urina?), se isso tudo é ser bons cristãos, como o regime de Bush se define, então este regime tem muito por explicar.

Se este tipo de comportamento é considerado como “divertido” nos Estados Unidos da América, o que é aparentemente o caso, dado que este argumento forma uma das desculpas proferidas pela equipa de defesa da Lynndie England, com certeza no resto do mundo não é, porque no resto do mundo, para se divertirem, as famílias vão fazer um piquenique no campo, vão aos bosques para colher cogumelos, fazem desporto, vão à praia, vão ao rio pescar, vão à dacha ou simplesmente bebem um café e conversam calmamente.

Ora, atar uma trela a volta dos pescoços de pessoas que foram abusados sexualmente, que foram espancados, que foram brutalizados, aterrorizados e humilhados, apontar um dedo aos genitais e gozar o tamanho do sexo...é “brincadeira”, como afirmam os advogados da Lynndie England? Paul Arthur, que investigou os casos de tortura perpetrados pela soldado feminino England e sete outros elementos, disse ontem no tribunal julgando o caso que estavam a “brincar”, “não pensaram que era grave”, “não consideraram que era assim grande coisa”. Pois não, tudo terá sido uma bela brincadeira numa sexta-feira a tarde, divertidíssimo. Em Dachau, talvez.

Começa a surgir a questão se as reuniões familiars destes “soldados” são eventos que se tornem num bacanal geral, com tios a violarem avós, pais a sodomizar os sobrinhos, mães a fazeram actos sexuais lésbicas enquanto alguém espanca o cachorro até à morte. Uma brincadeira muito engraçada, pois não? Em Belsen talvez.

Outra linha seguida pela equipa de defesa é que os soldados não eram responsáveis pelos actos de tortura porque estavam a seguir órdens de superiors. Superiores? Quem terá sido, aquele que passa mensagens a Bush? Ou seu grande amigo Rumsfeld? Ou o próprio Bush? Não ouvimos esta linha de defesa em Nuremberg, “estava a seguir órdens”? Seja como for, não se trata duma mão cheia de casos onde um pequeno grupo de soldados foi longe demais, possivelmente numa bebedeira e sem supervisão. Lamentavelmente, acontece. Mas este não é um caso, ou dois, ou três, ou quarto, ou cinco. Nem seis, nem sete, nem dez, nem vinte, nem trinta. Nem quarenta, nem cinquenta. São 94 (noventa e quarto) casos que estão a ser investigados, aqueles que não foram encobertos.

E o regime de Bush afirma que é composto por bons cristãos? Esforçar seres humanos a fazer actos de sodomia e cometer actos de depravidade numa escala nunca visto fora de Treblinka ou Auschwitz ou as câmaras de tortura medievais? Uma maldade profunda e sinistra está por dentro dos membros deste regime e o clique de super-ricos neo-conservadores que o apoia. Nas palavras de Bush, Time for regime change (São horas para uma mudança de regime). That man stiffed the world. (Este homem [George Bush] enganou o mundo).

Timothy BANCROFT-HINCHEY PRAVDA.Ru

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