Lobo na pele de Cordeiro

Os norte-americanos fazem de tudo para parecer cordeiros dóceis e amigáveis. No início não deram muita importância para os mártires da onda gigante da Ásia. Depois revisaram o valor de suas contribuições para 35 milhões de dólares. Após um universo de críticas internacionais, subiram a participação para 350 milhões de dólares.

Os especialistas em marketing internacional devem ter soprado na orelha do senhor do mundo a espetacular oportunidade para contrapor o forte sentimento predominante de anti-americanismo.

Na frente da mídia, produziram um cenário hollywodiano chamando o Bush Pai e Bill Clinton para a mesma fotografia, incumbidos de levantar recursos para comprar o beneplácito universal. Enviaram Colin Powell para o front.

Continuam ocupando ilegalmente o Iraque. Continuam bombardeando civis sem qualquer percepção de humanidade como fizeram em Fallujah. Continuam com Guantânamo. Deverão construir prisões mais decentes e confortáveis para contrabalancear a opinião mundial. Continuam prendendo suspeitos sem qualquer direito de defesa.

É triste recordar que a vitória na segunda guerra mundial adveio da mortandade de meio milhão de inocentes de Hiroshima e Nagasaki. Os senhores da guerra não se preocupam muito em combater as forças militares. Preocupam-se com grandes feitos, grandes destruições, grandes mortandades.

Dominaram os oleodutos do Afeganistão, tomaram posse do petróleo iraquiano, sufocaram as liberdades dos mulçumanos. Adoram explodir humanos em massa. Produzem bombas de destruição em massa. Determinam o que vale e não vale no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Sem dúvida é louvável a intenção de vestir pele de cordeiro.

No entanto, deixam transparecer uma falha gritante de posicionamento e autenticidade. Neste caso a ética não vale.

Outros lobos se acercam do grande poder visando o interesse na partilha. Fingem-se de santos.

O mundo é idiota. Gosta da parafernália, do show, do “mise-en-scène”.

O que é mesmo humanidade?

Será que humanidade é o primeiro mundo? Será que os excluídos fazem parte desta humanidade?

Será que os norte-americanos querem paz?

Se desejam harmonia, respeito, equilíbrio, porque será que investem a maior fortuna do mundo na produção das armas de destruição em massa e ninguém faz nada?

Os pobres mortais não compreendem o coração da América.

Lutaram contra o Hitler da raça ariana e se consideram a raça superior. Lutaram contra o extermínio de judeus, russos, estrangeiros e exterminam, só no Iraque, quase a mesma quantia de mártires da humanidade. Invadem e destroem a nação que desejam. Dominam os mares e satélites.

Os pobres mortais não compreendem a pele da América.

Será que o lobo ficou manso? Será que o lobo se transformou em cordeiro?

Não percam o próximo capítulo da grande novela Senhor do Mundo.

A audiência fará inveja ao maior best-seller televisivo.

Deus salve a América. O resto que se salve por conta própria. Amém. Aleluia.

Orquiza, José Roberto escritor [email protected]

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