Que país é esse?

Que país é esse onde o mandatário justifica a montanha de dinheiro surrupiado para saldar gastos de campanhas e outros joguinhos de poder?

Que país é esse onde os fariseus procuram provas do já provado, procuram roubos do já roubado, procuram justificativas do já justificado?

Que país é esse que investiga, fuça, mexe, revira o lixo da podridão e depois de tudo, se perde nas intrigas palacianas, corroborando diabólicos interesses?

Que país é esse incapaz de dar transparência aos assaltos dantescos contra o seu povinho desprotegido, inocente, santificado?

Que país é esse onde o partido mandante abusa, lambuza, contradiz, e mesmo assim, permanece impávido colosso?

Que país é esse onde a mentira é verdade, onde os fins justificam as falcatruas, onde a vergonha se transforma em sem vergonha?

Que país é esse, servidor do deus dinheiro, amante das benesses saqueadas do próprio povo, insensível a pobreza que avassala e escraviza a grande maioria de seus componentes?

Que país é esse mandado por gente capaz de eliminar amigos e inimigos, violentar individualidades, corromper pretensos defensores, comprar deputados, senadores, juízes e quem se opor aos seus anseios de eterna permanência no poder?

Que país é esse repleto de hipócritas, atores tragicômicos, mágicos e ilusionistas, senhores do bem e do mal, acima de tudo e todas as coisas existentes sob sua terra?

Que país é esse rico por natureza, pobre por vocação, povoado de poucos e abastados milionários e muitos e esfarrapados carnavalescos?

Que país é esse terra bendita, povo maldito, que aplaude passivamente seus algozes?

Que país é esse cara de pau, sacana, insolente, cobrador incomparável de tributos e impostos, que se finge de inocente e santo?

Que país é esse de caminhos e recaminhos, de labirintos indecifráveis, de idas e vindas, de piedade e comiseração ímpares?

Que país é esse?

Esse país é um enigma.

Não merece nome.

Ninguém tem certeza se existe ou não existe.

Se existe, é quase único.

Se parece com algo conhecido, trata-se de mera retórica.

Os seus personagens são todos fictícios. Pertencem ao mundo faz-de-conta. São imaginários. Por isso, extraordinariamente criativos.

Que país é esse?

Enquanto ninguém consegue decifrar o enigma, seu povo é devorado sem qualquer piedade. Socorro!

Orquiza, José Roberto escritor [email protected]

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