NAÇÃO FRANKENSTEIN

Era uma vez um patinho feio. Tanto fez e aprontou que aos poucos foi se transformando. Em seu reino não havia espelho. Por isso não conseguia perceber seus traços. Acreditava que era belo e formoso.

Não parava de crescer. Sentia-se cada vez mais forte e poderoso. A intenção era se vingar de todos aqueles que um dia o supôs fraco.

Não tinha como perceber a monstruosidade que estava se processando. Seus tentáculos começaram a prender todos os pontos e lugares.

O monstro se fez. Horripilante. Medonho. Terrível.

Dominou a arte da hipocrisia. Falava uma coisa e fazia outra.

Dominou a arte do temor. Conhecia todas as técnicas de tortura, imagináveis e inimagináveis.

Dominou a arte da mídia. Usava a mentira e o jogo de cena para fazer de conta que era manso.

Ele próprio não sabia que havia perdido a mansidão.

É isso: infelizmente os Estados Unidos da América constituem a nação Frankstein. Possuem um poderio militar incomparável. Podem tomar e destruir o que quiserem. Corrompem qualquer boa alma com milhões e milhões de dólares.

A ocupação do Iraque é extraordinariamente vergonhosa e covarde.

O monstro rompeu seus grilhões e afiou suas garras. Produz medo e pavor em todo mundo. Seus satélites vigiam, fotografam, registram tudo. Sua rede de espionagem só não consegue compreender os anseios mais puros da humanidade.

Esse monstro está arrasando as liberdades individuais. Sob a mera acusação de suspeita de terrorismo, pode prender, interrogar, judiar quem quiser, sem qualquer direito de defesa.

Finge-se de superior e tortura. Finge-se de bom e estraçalha. Finge-se de honesto e pratica a pirataria. Jura a verdade e mente. Persegue ditadores e impõem ao mundo sua vontade, custe o que custar.

Produz armas sem parar. Uma mais destruidora que a outra. Trata-se de um jogo sem volta. Os produtores de arma querem sempre mais e mais. Financiam qualquer sonho. Dominam qualquer presidente. Determinam qualquer farsa. E ganham montões e montões de dinheiro festejando os cadáveres dos coitados dos humanos mais desprotegidos.

Esta história precisa de um príncipe capaz de enfiar uma espada no coração do monstro. Ou um belo amansador de Frankstein.

Depois da segunda guerra mundial os países perdedores criaram mecanismos de equilíbrio, evitando o nascimento de monstros.

Por bem ou mal, o mundo precisa fazer o mesmo. Antes que o mostro se torne imbatível, se já não é.

A melhor forma de resolver qualquer problema é enfrentá-lo de frente, sem rodeios e falsidades. Que outro país do mundo possui 730 bases militares distribuídas em 50 países, ocupando espaços estratégicos para permitir o controle de tudo?

Que outro país pode ocupar o povo que quiser sem a reação de ninguém?

O final da história do patinho feio que se transformou em monstro ainda não foi escrito. Tomara que a humanidade consiga viver feliz por muitos e muitos anos.

No momento, setenta por cento vive na lata do lixo.

Ainda os humanos se matam uns aos outros. Dizem que isto é normal.

Orquiza, José Roberto escritor [email protected]

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