A ORDEM PELA FORÇA

O Iraque, mais uma vez, está em evidência como tem sido desde a ocupação anglo-americana em 2003 que removeu do poder o homem forte do país que, de um modo ou de outro, mantinha a ordem, apelando, quase sempre, para a violência, sendo impiedoso com os inimigos do Estado. Entre estes inimigos estavam muitos xiitas e curdos que, no caso dos xiitas, por interpretarem o Corão de forma diferente, deviam ser segregados do povo que realmente interpreta os ensinamentos de Muhammed de forma correta, ou seja, os sunitas.

Os invasores do Iraque que removeram Saddam Hussein do poder, imaginaram que poderiam controlar o povo, restaurando os valores da democracia e com ajuda financeira para a reconstrução do país, mas, como em todos os países islâmicos há sempre uma minoria radical que, no caso do Iraque, jamais aceitará que “infiéis” pisem o solo sagrado.

O interessante é que para combater o inimigo comum sunitas e xiitas estavam unidos, mas, uma vez que os invasores estão sendo expulsos, pois tropas estão deixando o país ou estão se comprometendo a fazê-lo, os sunitas agora, viraram-se para os verdadeiros inimigos: os xiitas.

Os muçulmanos radicais, infelizmente, somente são controlados pela força como a história nos ensina. A independência da India, por exemplo que após 250 anos de ocupação inglesa, teve sua independência em 1947. Os dois maiores grupos religiosos do país, hindus e muçulmanos toleravam-se graças à força do exercito inglês. Após a independência, contudo, explodiu o conflito religioso que resultou na separação do subcontinente indiano em três países: Paquistão, Índia e Bangladesh. Como ato final desta estupidez, as minorias hindus que viviam nos outros dois países tiveram de viajar para a Índia , pois, caso contrário, eles poderiam ser mortos e vice-versa.

Entretanto, ainda havia o problema espinhoso da província da Caxemira que ocasionou vários conflitos entre Índia e Paquistão e o que ocasionou também, na corrida nuclear, tornando ambos os países, potencias atômicas para em caso de conflito houvesse um extermínio mútuo.

Havia também o problema de Bangladesh que deveria ser um só Paquistão mas separados por milhares de quilômetros de território indiano. Então houve mais conflitos até a independência do país. Isto, a propósito serve de exemplo, para a questão palestina, pois se algum dia houver um estado Palestino os habitantes de Gaza não aceitarão ordens de uma administração que está tão distante, ainda mais separado por território israelense.

O conflito entre cristão e muçulmanos que assolou o Líbano por 15 anos somente terminou com a mão forte do governo sírio que deixou o país após mais de uma década de ocupação, entretanto, não há razão para acreditar que tal conflito não seja retomado pois o ódio, embora contido, ainda persiste e não é de se admirar que se um muçulmano for morto por um cristão no Líbano, tudo volte como antes.

A conflitos étnicos da ex-Iugoslávia eram sufocados pela mão forte de Josef Broz Tito, mas após sua morte e a derrocada do comunismo, os conflitos estouraram. Embora muitas vidas tenham sido perdidas, os croatase os eslovenos estavam livres do domínio sérvio, mas para a Bósnia Heznegovina era melhor que tudo continuasse como estava pois é um país de croatas, sérvios e alguns bósnios e tem uma considerável minoria muçulmana. Sempre os muçulmanos.

O Iraque continuará a ser palco de conflitos sectários até que haja um governo forte ou que o país seja dividido entre xiitas, sunitas e curdos, pois, infelizmente, os muçulmanos radicais, somente conhecem a linguagem da força.

Jose Schettini Petrópolis BRASIL

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