A troca do capitalismo liberal pelo capitalismo socialista

O acréscimo do homem à natureza no terreno das riquezas materiais é que constitui o capitalismo. O capitalismo é o único instrumento de criação de riqueza que o homem criou até hoje e é a parte mais valiosa e permanente da cultura humana.

É absolutamente destituída de base a idéia de que o capitalismo é o contrário do socialismo. E a razão é simples: o capitalismo é uma teoria econômica e o socialismo, uma doutrina política. Uma teoria econômica não pode ser o contrário de uma doutrina política.

Como todo instrumento de ação econômica, o capitalismo tem de estar a serviço de um projeto político. Os projetos políticos fundamentas são o Liberalismo ou Individualismo, e o Socialismo. O Liberalismo considera que os interesses do indivíduo podem prevalecer sobre os da sociedade. E o Socialismo acha que os interesses coletivos devem prevalecer sobre os do indivíduo. O capitalismo poderia unir-se ao Liberalismo ou ao Socialismo, isto é, servir aos interesses do indivíduo ou da sociedade. Preferiu, até aqui, fazer o jogo da minoria, que sempre controlou o processo político.

Esse foi o seu grande mal, que levou a humanidade à sua atual situação de fome, miséria, ignorância, guerra e destruição.

Caberá ao Terceiro Mundo substituir o capitalismo liberal pelo capitalismo socialista, fazendo com que as riquezas do mundo passem a servir a todos os homens, e não mais a um grupo de privilegiados.

A Social Democracia, que é o socialismo do Primeiro Mundo, ou seja, o socialismo da Casa Grande, isto é, da minoria, não é socialismo nenhum, porque se baseia na continuidade da exploração da maioria, a senzala. Caberá ao Terceiro Mundo a criação do socialismo verdadeiro - o socialismo da senzala, em que o poder passará a servir, primeiro à maioria e, depois, à totalidade dos homens.

Fazer socialismo na Casa Grande é fácil: trata-se, apenas, de redistribuir rendas e riquezas dentro de uma mesma família, já de si rica. Já o socialismo do Terceiro Mundo será marcado por uma imensa criação de rendas e riquezas.

Essa revolução radical só será visível através de uma gigantesca mobilização de todos os povos e de todos os seus recursos para a criação de riqueza suficiente para tornar possível a todos os povos e a cada homem a sua plena realização.

in Jornal Diário da Tarde, 27 de fevereiro de 2004, página 02. Celso Brant

Jornalista e professor de Direito. Presidente do movimento "A Nova Inconfidência".

www.novainconfidencia.com.br

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