PROGRAMA ESPACIAL RUSSO VISA MARTE E LUA

Lua ou Marte?

É uma questão de princípio tanto para nós, como para os americanos. Neste contexto, muitos cientistas de ambos os países preferem concentrar os esforços na Lua que é, por enquanto, menos estudada em comparação com Marte. "A humanidade tem que aproveitar a Lua na qualidade de uma plataforma para testar novas tecnologias" - diz Roald Sagdeev, professor da Universidade de Maryland.

"Estamos face a uma situação estranha, temos mais informações sobre Marte, que fica muito mais longe, do que sobre o satélite mais próximo do nosso planeta" - lamenta a situação Igor Mitrofanov, director do laboratório do Instituto de Pesquisas Espaciais da Academia das Ciências da Rússia. A Lua é uma fonte potencial de elementos químicos de toda a espécie, incluindo os que são raros na Terra."

"Um dos objectivos prioritários do estudo do satélite é a criação de um mapa dos elementos químicos via raios-gama", assinala Sagdeev. Os engenhos mais indicados para esta finalidade são precisamente os veículos lunares capazes de pousar em regime automático e de colher dados sobre a superfície e o clima da Lua.

Os avanços dos tempos soviéticos permitem à Rússia manter a posição do líder nas missões espaciais não tripuladas. Conforme Roald Kremnev, vice-director de NPO Lavochkina onde foi construido o famoso veículo lunar "Lunokhod", "os estudos científico-técnicos têm sido realizados durante três décadas de acordo com as exigências modernas, havendo, actualmente, um bom terreno. Se a Rússia decidir retomar o programa lunar, precisaremos de um ano para criar o projecto de um novo "Lunokhod", e de outros dois a três anos para construir o veículo".

Enquanto o sobprograma lunar não existe como um documento aprovado, os planos da Rússia quanto a exploração de Marte são postos preto a branco.

Até 2015 deverão ser efectuadas duas expedições. "A missão a Marte ,"Fobos-Grunt", está marcada para Outubro de 2009. O veículo deverá realizar pesquisas na órbita de Marte, aterrar no satélite Fobos, colher dados durante três anos e depois voltar à Terra", informou Gueorgi Polichuk, Construtor Chefe e Director Geral de NPO Lavochkin, durante Salão Internacional de Aeronáutica e Espaço de Le Bourget.

A segunda expedição visa diz respeito a estudos da superfície de Marte, cuja data ainda está por definir.

A terceira fase da pesquisa, no ver de Polichuk, será a preparação e a realização de missões pilotadas a Marte, pois "só os engenhos automáticos não resolver todos os problemas".

Factor EEI (Estação Espacial Internacional).

Para o novo programa espacial, factor EEI é, antes de mais, uma questão financeiro-psicológica. Uma nova delonga, para um prazo indefinido, em matéria de reinício de voos de vaivéns americanos para os quais, diga-se de passagem, foi construída a EEI, não deixa à Rússia oportunidade alguma de planear o orçamento para o próximo ano. Se o programa de voos de vaivéns for iniciado em Julho, é uma coisa, se no Outono - já é completamente outra. Se os lançamentos forem adiados outra vez e a manutenção da EEI ficar, de novo, a cargo da Rússia, tratar-se-á do colapso do programa espacial pilotado dos EUA, indo terra abaixo os planos para a ampliação da EEI, pelo menos em dimensões previamente anunciadas.

Para além disso, a crise do programa e a sua suspensão, poderão provocar uma nova onda de críticas em relação a programas de voos pilotados. Se for mesmo assim, então o eterno debate entre os partidários de voos tripulados e não tripulados, acabará por ser resolvido a favor dos últimos.

Andrei Kisliakov observador político RIA "Novosti"

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