Mídia ocidental acusa Washington de ocultar crimes de Kiev

O exército ucraniano usou mísseis balísticos de curto alcance, informou a televisão norte-americana CNN. Segundo a emissora, nos últimos dias foram lançados vários desses mísseis, equipados com ogivas de 454 quilos, contra as posições dos milicianos Washington retém essa informação por estar numa situação embaraçosa. Até agora Casa Branca aprovou todas as ações de Kiev na região de Donbass.Por Natalia Kovalenko , na Voz da RússiaOs militares ucranianos usam mísseis balísticos de curto alcance contra os milicianos.

Tudo indica que se trata de mísseis do tipo Tochka-U (SS-21 Scarab B, na designação da Otan) que a Ucrânia herdou da URSS, considera o analista político Vladimir Evseev:"Esse é um míssil tático com um alcance até 120 km. Esse míssil não tem grande precisão, por isso, quando é usado contra alvos de pequena dimensão, é elevada a probabilidade de atingir áreas adjacentes. Desse ponto de vista, qualquer uso de mísseis balísticos de curto alcance põe a população em perigo.

Devemos referir que em 2000 se realizou o único teste em território ucraniano de um míssil desse tipo. Dessa vez, o míssil se desviou acertando em um prédio habitado. Apesar de o míssil não transportar na altura uma ogiva real, a carga de treino conseguiu perfurar os vários pisos de um edifício de vários andares, o que provocou a morte de um habitante.

"Já não é a primeira vez que Kiev usa armas de destruição em massa contra a população do Donbass, como munições de fósforo e bombas de fragmentação. Existem filmagens em vídeo e testemunhos de pessoas que provam o uso dessas armas destruidoras pelos militares ucranianos. O Ocidente, contudo, prefere ficar calado: para eles, os fatos não foram confirmados por peritos.Mas os peritos internacionais não têm acesso à região, até na área da queda do Boeing da Malaysia Airlines, onde morreram quase 300 pessoas, os peritos médicos da OSCE não conseguem trabalhar devido aos constantes bombardeamentos do exército ucraniano contra um território que não controla.É tanto mais de admirar que o primeiro que divulgou a informação sobre o uso pelos militares de Kiev de mísseis balísticos tenha sido o canal televisivo CNN.

Anteriormente ele "não viu" os assassinatos de jornalistas russos na Ucrânia, nem reconheceu o incêndio provocado pelos nacionalistas na Casa dos Sindicatos em Odessa, quando o fogo matou cerca de 40 adversários do regime de Kiev. Mas parece que a notícia que o governo dos EUA dispunha de informações sobre atos ilegítimos de Kiev, e que as ocultava, indignou mesmo os jornalistas da CNN, considera o analista político Serguei Mikheev:"Gradualmente, as informações vão chegando da zona dos combates na Ucrânia à mídia ocidental, apesar de em doses muito reduzidas. Já o uso de mísseis balísticos é completamente injustificada pela atual situação militar. Eles são completamente desadequados para uma operação antiterrorista, como Kiev a classifica.

Mas a relação das autoridades oficiais norte-americanas permanece inalterada relativamente à situação na Ucrânia. Esses dados foram acessados pela imprensa, mas isso não influenciou a posição oficial."Também o governo Kiev nega o fato de terem sido usados mísseis balísticos. O presidente do centro de informação do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, Andrei Lysenko, declarou que os militares não utilizam mísseis balísticos "por serem muito potentes".

Entretanto, os milicianos já descobriram na região de Lugansk fragmentos de uma ogiva não totalmente detonada de um míssil balístico. Isso foi comunicado em um telefonema à agência RIA Novosti na quarta-feira pelo comandante militar de Lugansk, Serguei Grachev.

Os jornalistas estadunidenses têm sua própria explicação para o fato de Washington não reagir ao uso por Kiev de mísseis balísticos. "As autoridades mantêm essa informação em segredo porque se encontram numa situação embaraçosa. Porque foram precisamente os chamados "bons rapazes", as tropas governamentais ucranianas, que lançaram esses mísseis balísticos."Até agora Washington desculpou todas as ações de Kiev. Agora as palavras do governo de Kiev e de Washington não merecem a confiança nem sequer dos jornalistas ocidentais.

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